terça-feira, 28 de maio de 2013

Saneamento - Controlo de roedores e insetos na rede de saneamento 


Os Ratos....



Os ratos são espécies que apresentam uma excecional capacidade de adaptação. Existem mais de 2000 de espécies de roedores na natureza.

Estes, são responsáveis por grandes perdas na produção de alimentos, desde a lavoura até à armazenagem, através da destruição direta dos mesmos ou pela contaminação por fezes e urina. 

Podem ainda ser responsáveis por danificar máquinas, equipamentos, fiações eléctricas, etc, causando prejuízo e acidentes, além do prejuízo económico, os ratos são responsáveis, ainda, pela transmissão de várias doenças, como a leptospirose, peste, tifo, salmoneloses, febre da mordedura, etc.

Para um controlo, eficaz dos roedores é necessário identificar corretamente a espécie e conhecer as suas caracteristicas e hábitos. 


As Baratas.....

Existem 4mil espécies de baratas em todos o mundo, porém apenas algumas infestam casas e pontos comerciais. 





Essas espécies incluem: 

  • Blatella germanica, a barata alemã;
  • Periplaneta americana, a barata norte-americana ou barata de esgoto;
  • Supella lonipalpa, a barata de listras marrom;
  • Blatta orientalis, a barata oriental;

Desbaratização, por meio de pulverização
As baratas, possuem hábitos alimentares muito variado, tendo preferência por alimentos ricos em amido, açúcar e gorduras, no entanto podem também alimentar-se de celulose como papéis  excrementos, sangue, insetos mortos ou esgoto.



A barata Periplaneta americana (barata do esgoto), habita em locais com muita gordura e matéria orgânica em abundância como por exemplo as galerias de esgoto.

No que respeita à saúde pública as baratas são responsáveis pela transmissão de várias doenças, principalmente gastroentrites, transportando vários agentes patogénicos através do seu corpo, pelos locais onde passam.

Estas, são ainda disseminadoras de bactérias, fungos, vírus e protozoários.


De acordo, com a Pestox, a metodologia utilizada para o controlo de roedores é através de aplicações faseadas de rodenticidas devidamente autorizadas pela Direcção Geral de Saúde, relativamente às baratas é através de aplicação de inseticidas em formulação líquida nas paredes interiores das caixas de visita, com o objetivo de as baratas, evitando assim a suas proliferação para o exterior.

A EMAS, como entidade gestora e responsável pela operação, manutenção e conservação de toda a rede de drenagem de águas residuais, realiza o controlo de roedores e insetos, impedindo desta forma constrangimentos para os munícipes bem como para os operadores dos sistemas, desta forma consegue-se assegurar a saúde pública, dos munícipes e dos operadores.

O controlo de roedores e baratas realizado pela EMAS é feito com uma periodicidade bimestral por uma empresa externa, a Pestox.

No âmbito deste estágio acompanhei estas ações de controlo de roedores e insetos nas redes de saneamento com o objetivo de observar os procedimentos adotados.

Desta forma, as empresas responsáveis pelas redes de saneamento de modo a promover a saúde pública devem promover ações de controlo de roedores e baratas.




Fontes: 
Controlo integrados de ratos, pdf
Pestox

domingo, 26 de maio de 2013

SST - Setor do Saneamento - Orientações Gerais


O saneamento básico é direito de todos nós seres humanos, este contribui para uma qualidade de vida melhor. Tal como já referenciado em publicações anteriores (etiqueta saneamento), com ação preventiva, quando dimensionado e operado de forma correta. 

Dento do saneamento básico está incluso o tratamento do esgoto, que é proveniente de usos de águas residenciais, industriais, comerciais, etc., onde  as etapas envolvidas nos processos de tratamento de esgoto são executadas por pessoas, máquinas, ferramentas, etc, seja na chegada do efluente na estação, seja na utilização de laboratórios e equipamentos. 

É um ambiente onde os colaboradores que ali executam o seu trabalho, estão exposto a vários riscos, tais como acidentes, contaminação, doenças ocupacionais, sendo por isso, necessário, a prevenção dentro deste ambiente de trabalho, com o intuito de promover e garantir a sua higiene e segurança. 
Desta forma, é essencial, assegurar a existência de um sistema de gestão integrada, no que diz respeito à sensibilização do interessados aos riscos a que estão expostos, promover a anulação de perigos, e quando tal não é possível  garantir e estimular, a utilização de EPI, (equipamentos de proteção individual), por parte dos trabalhadores.

Com isto, podemos, melhorar as condições no ambiente de trabalho e como consequência indireta da população, ao garantir a segurança e higiene no ambiente de trabalho através da prevenção e mitigação de riscos, acidente e aquisição de doenças profissionais. 

Setor do Saneamento.....

Obstrução de Emissário
A atividade de trabalho no setor do saneamento, apresenta particularidades no que diz respeito a riscos físicos, químicos e biológicos, que podem atentar contra a segurança e saúde dos trabalhadores, sendo por isso reconhecida como uma atividade de riscos. O regulamento de segurança, higiene e saúde no trabalho na exploração dos sistemas públicos de drenagem de águas residuais (Portaria nº 762/2002), aponta como fatores de risco específicos:

  • a insuficiência de oxigénio atmosférico: nas estruturas subterrâneas, incluindo colectores, devido a não existirem trocas de ar com o exterior, ou destas serem reduzidas.
  • a existência de gases e vapores perigosos, devido à insuficiência de oxigénio podem formar-se e/ou acumular-se gases tóxicos e inflamáveis normalmente , "consequência das reações de oxidação os compostos orgânicos, bem como da diluição do volume de ar no volume de gases produzidos" (NOHSC, 1995, in Correia, 2002, p71). "Os gases susceptíveis de constituir risco de intoxicação, asfixia, incêndio, ou explosão, são o ozono, o cloro, o gás sulfídrico  o dióxido de carbono, e o metano"(art. 6º, Port. 762/2002.
  • o contacto com reagente, águas residuais ou lamas: na rede de saneamento existem condições óptimas aos desenvolvimento de agentes de doença, tais como humidade relativa elevada, ausência de vento ou circulação natural do ar e a pouca luminosidade. Os agentes de risco biológico são bactérias  vírus, parasitas, fungos, responsáveis nomeadamente por doenças do foro gastrointestinal e respiratório.
  • o aumento brusco do caudal e inundações súbitas: o risco de afogamento está associado a alguns trabalhos na rede de saneamento. Em caixas de visita, o aumento súbito do volume de água de caudais drenados, acarreta o  risco de afogamento por inundação da própria caixa.

Todos os anos ocorrem acidentes de trabalho em sistemas de saneamento, que devido às suas repercussões graves, muitas das vezes com danos irreparáveis para a saúde do trabalhador, têm destaque nos órgãos de comunicação social.

Desobstrução de Colector
Deste modo, torna-se essencial definir regras que contribuam para a segurança e saúde dos trabalhadores e para a correta utilização dos equipamentos, quer em funcionamento normal quer em situações de emergência.

Por forma, a contribuir para o êxito da implementação dessas regras devem ser estruturados processos formativos que permitam discuti-las e enquadrá-las nos respectivos contextos e atividades de trabalho, no entanto estes devem afastar-se dos modelos de formação tradicional (expositivos e prescritivo).

Durante o estágio, tentámos dar o nosso contributo, no que diz respeito à sensibilização dos trabalhadores do saneamento, relativamente  à utilização dos equipamentos de proteção individual, como será explicito numa publicação posterior.





Fontes: 

Portaria nº 762/2002, de 1 de JulhoAprova o Regulamento de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho na Exploração dos Sistemas Públicos de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais.





 EMAS - Higiene e Segurança no Trabalho I




"a verificação de condições de higiene e segurança consiste num estado de bem estar fisico, mental, social e não somente a ausência de doença e enfermidade."


O modo operacional das empresas tem sofrido alterações, tem vindo a evoluir no que respeita ao uso de substâncias perigosas ou até mesmo na utilização de novas tecnologias.

Esta evolução acarreta novos riscos e exige um desenvolvimento, pelas empresas, de condições de Segurança e Saúde Ocupacional (Miguel, 1998). 
Segundo Miguel (1998), "a segurança dos locais de trabalho constituiu a primeira preocupação social que impulsionou a criação de legislação laboral"(pag 21).
No dia-a-dia, todas as atividades humanas (trabalho, lazer, etc. ) representam diversos riscos, aos quais associamos, de uma forma mesmo inconsciente, um grau de risco (Martin, 2007). De acordo com Martin (2007), "uma situação considerada segura não significa isenta de riscos, mas antes com um nível de risco aceitável".


Até meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas em conta, sendo sim, importante a produtividade, mesmo que tal implicasse riscos de doença ou mesmo à morte dos trabalhadores. Para tal contribuíam dois fatores, uma mentalidade em que o valor da vida humana era pouco mais que desprezível e uma total ausência por parte dos Estados de leis que protegessem o trabalhador.

Apenas a partir da década de 50/60, surgem as primeiras tentativas sérias de integrar os trabalhadores em atividades devidamente adequadas à suas capacidades.

Depois desta nota introdutória,e sendo um tema com bastante relevo para mim enquanto futura Técnica de Saúde Ambiental irei passar- vos  (leitores), algumas definições chave, sobre esta temática que estará patente nas minhas próximas publicações.

Risco - probabilidade de concretização do dano em função das condições de utilização, exposição ou interacção do componente material do trabalho apresente perigo (Lei nº 102/ 2009, de 10 de Setembro, artigo 4º alinea h).


Higiene e a Segurança - estas estão relacionadas com o objetivo de garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde dos colaboradores de uma empresa.

A higiene do trabalho- propõe-se combater, dum ponto de vista não médico, as doenças, profissionais, identificando os fatores que podem afetar o ambiente de trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho).

A segurança do trabalho- propõe-se combater, à semelhança da higiene, de um ponto de vista não médico, os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.

Acidente de trabalho - acontecimento imprevisto, casual, que resulta em ferimento ou dano, no trabalho.

Lesão Corporal- é qualquer dano produzido no corpo humano, seja, ele leve ou não.

Perturbação Funcional - é o prejuízo do funcionamento de qualquer órgão ou sentido (ex perda de visão).

Doença Profissional- são aquelas que são adquiridas na sequência do exercício do trabalho em si.

Decreto Regulamentar nº 76/2007, de 17 de Julho  - lista de doenças profissionais. 


A incapacidade temporária -  é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas actividades normais. 



A incapacidade parcial e permanente -  é a diminuição, por toda  vida, da capacidade física total para o trabalho. É o que acontece,  por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista incapacidade total e permanente é a invalidez incurável para o trabalho.

Com esta publicação, é perceptivel que as seguintes, estarão relacionadas com higiene e segurança no trabalho.
Qualquer atividade que façamos, acarreta perigos e risco, no entanto, no caso em particular da EMAS, podemos aferir que existe um grupo de risco, e que merece, que seja feita uma análise de riscos e perigos a que estão exposto, este grupo de risco a que me refiro, são os trabalhadores do sector de saneamento. 



Fontes: 
Lei nº 102/2009 de 10 de SetembroRegulamenta o regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, de acordo com o previsto no artigo 284.º do Código do Trabalho, no que respeita à prevenção, bem como a protecção de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante em caso de actividades susceptíveis de apresentar risco específico de exposição a agentes, processos ou condições de trabalho, de acordo com o previsto no n.º 6 do artigo 62.º do Código do Trabalho, e a protecção de menor em caso de trabalhos que, pela sua natureza ou pelas condições em que são prestados, sejam prejudiciais ao seu desenvolvimento físico, psíquico e moral, de acordo com o previsto no n.º 6 do artigo 72.º do Código do Trabalho.
Decreto Regulamentar nº 76/2007, de 17 de Julho (Lista de Doenças Profissionais )- Altera o Decreto Regulamentar n.º 6/2001, de 5 de Maio, que aprova a lista das doenças profissionais e o respectivo índice codificado, e republica-o.
Lei nº 23/2012, de 25 de Junho,(Procede à terceira alteração do Código do Trabalho, aprovado pela Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro) 





quinta-feira, 23 de maio de 2013

Heróis da Água  - Centro Paroquial do Salvador 


A expansão do envelhecer não é um problema. É sim uma das maiores conquistas da humanidade. O que é necessário é traçarem-se políticas ajustadas para envelhecer são, autónomo, activo e plenamente integrado” (Kofi Anam, 2002).


Segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística), a população idosa, com 65 ou mais anos, residente em Portugal é de 2.023 milhões de pessoas, representando cerca de 19% da população total. 
Na última década o número de idosos cresceu de 19%.



“Num estádio de decadência, os idosos enfrentam numa sociedade diferente, famílias


diferentes, perdas significativas no seu prestigio sócio/profissional e cultural e, quantas vezes desenraizamento de sua casa e do seu lar. (…). Tudo isto conduz a um estado de solidão associado à vulnerabilidade de morte próxima…potenciando isolamento e depressão" (Jaques,2004, p.35).



O prolongamento da esperança média de vida e o envelhecimento demográfico têm, nas últimas décadas, acentuado a premência das questões da saúde e bem-estar nas idades mais avançadas, tanto do ponto de vista individual como coletivo. 

Em Portugal, existem sinais claros de uma política mais abrangente, visando reduzir riscos e maximizar potencionalidades do envelhecimento e da saúde , autonomia participação e qualidade de vida das pessoas idosas. 

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a velhice tem data certa para chegar, esta etapa, começa oficialmente aos 65 anos ainda que alguns se sintam bem jovens nessa idade. 

Há relativamente poucos anos, aquilo que se experêncíava num lar, é bem diferente da realidade que vivemos nos dias de hoje, quase que podemos defender a existência de uma 4ª idade, pois neste momento a idade média dos idosos em permanência nas instituições é de 83 anos, no entanto,defendo que embora com idade avançada, este  gupo populacional deve ser instigado a participar em atividades de grandeza física e intelectual. 

O Projeto Heróis da Água,  visa fomentar a proximidade da EMAS com a comunidade escolar, pretende-se uma atuação ao nível da sensibilização ambiental com ações de maior proximidade inseridas no "EMAS vai às escolas".

No público alvo enquadram-se os alunos que frequentam estabelecimentos de ensino situados no concelho de Beja. 

No entanto, recebemos um convite por parte do Centro Paroquial do Salvador, a convidar-nos "Heróis da Água", para realizarmos algumas atividades com os idosos, em permanência nesta instituição. 

Sendo um público, com características e exigências bem diferentes, daquelas a que estamos habituados, tivemos, que desenvolver um novo conceito de sessão. 

Criando-se uma tertúlia "A água que Bebo", nesta tertúlia foram abordados vários temas, sempre dentro da temática água. 

Os temas ....


  • A origem da água;
  • O consumo de água proveniente de fontes e/ou fontanários;
  • O consumo da água da rede;
  • Qual a origem da água que bebiam onde viviam;
  • Atvidades realizadas pela EMAS, para assegurar a qualidade da água disponibilizada aos seus consumidores.
De seguida, os idosos foram sensibilizados para a importância do consumo diário de água e dos seus benefícios para a saúde.

Após tertúlia,  a residente Maria Antónia Borges, procedeu à leitura de um poema que elaborou, quando tomou conhecimento da nossa visita.



Juntos, dos idosos, cantámos algumas modas alentejanas, fizemos um lanche, junto da comunidade residente do centro Paroquial do Salvador, por fim, o nosso herói surgiu para estas crianças de idade avançada, fazendo as delícias das mesmas. 


Aqui ficam algumas fotos: 









Foi gratificante esta participação, pois considero uma mais valia poder ouvir aquilo que os mais velhos têm para nos dizer. Após a sessão obtivemos um feedback bastante positivo, inclusivamente, fomos convidados para estar presentes, a fazer o mesmo tipo de sessão com os mais velhos em outras instituições.
INE (Instituto Nacional de Estatística)
















quarta-feira, 22 de maio de 2013

Saneamento VII - Controlo operacional

Tal como evidenciado nas publicações anteriores, as ETAR tem como principal função receber e tratar as águas residuais, de forma a poderem ser devolvidas ao meio ambiente, em condições ambientalmente seguras.


Colheita de Amostra de Água Residual á saída -
Etar da Carrascosinha 
Para o efeito, as mesmas têm que corresponder a normas de descarga. Neste sentido, a EMAS, como entidade responsável pela recolha, drenagem e tratamento de águas residuais, tem a seu cargo, efetuar com regularidade o controlo da qualidade das águas residuais.

Salienta-se o fato, de serem realizadas recolhas de amostras de águas residuais em todas as ETAR à entrada e à saída, ou seja, antes da água residual ser tratada e depois da mesma ter sido alvo de tratamento.

As amostras de água , são recolhidas e enviadas para análise, de maneira, a ser possível verificar se a água residual devolvida ao meio ambiente está ou não em conformidade com o disposto no Dec.Lei nº 236/98 , de 1 de Agosto.

No âmbito, do estágio, tive a oportunidade de realizar algumas colheitas de amostra de águas residuais em diversas ETAR, assim como a entrega das mesmas em laboratório.

Relativamente, a este processo, o mesmo não está padronizado, pois não existe nenhum guia legislativo, quanto ao procedimento de recolha de amostras de águas residuais.  No entanto, o técnico deve utilizar luvas, aquando da colheita, de forma a evitar o contacto direto com a mesma.

O recipiente utilizado para a colheita, deve se sempre higienizado antes e depois da mesmas  de maneira a evitar a contaminação da água residual em posteriores colheitas.


Colheita de Amostra de Água Residual á saída -
Etar da Carrascosinha 
No âmbito, das funções e responsabilidades que uma empresa de municipal de água e saneamento tem para com a população a que esta se destina, o setor saneamento é aquele, que menos agrada ás pessoas e aos próprios trabalhadores  no entanto, foi uma das atividades que mais gostei de realizar, embora fosse visível muita porcaria, foi interessante, e um dia bem passado.
Colheita de Amostra de Água Residual á saída - 
Etar da Carrascosinha 




Colheita de Amostra de Água Residual á saída - 
Etar da Carrascosinha 








terça-feira, 21 de maio de 2013

Saneamento VI - E depois, da água residual ser tratada......

Na publicação anterior, dei-vos a conhecer o tipo de tratamentos que podemos utilizar no tratamento das águas residuais, mediante as suas características. 

Independentemente, do tratamento a aplicar, são sempre geradas lamas ( resíduos resultante do tratamento de águas residuais ), estas resultam da sedimentação, e são geradas em grandes quantidades, e o problema é o seu destino final. 

Quantidade e Características das lamas:

As lamas têm origem na decantação (consiste em separar duas fases, a líquida e a sólida), primária, secundária e terciária.

A quantidade de lamas obtidas na sequência do tratamento primário e secundário, nas ETAR depende de muitos fatores, nomeadamente a composição dos esgotos (teor de sólidos suspensos), a eficiência dos decantadores e o tipo de tratamento que é aplicado aos esgotos, no entanto, e normalmente é na sequência do tratamento primário e secundário, que são geradas maiores concentrações de lamas e com uma elevada carga de poluente.

Tratamento das Lamas .......

O tratamento das lamas, é um processo complexo,  à semelhança do tratamento das águas residuais, este pode ser feito através:

Do espessamento por gravidade das lamas primárias,  resultantes do processo de decantação primária   (pretende-se com o espessamento remover parta da fração líquida das lamas de modo a ocorrer uma diminuição do seu volume).


Fluxograma das diversas etapas
 do processo de tratamento das lamas de ETAR
Do espessamento por flocolação, para lamas biológicas provenientes,  dos decantadores secundários, e mistura dos dois tipos de lamas, de maneira a que se proceda à sua estabilização conjunta.

No entanto, este processos não são estanques, pois poderão apresentar algumas variantes, nomeadamente: mistura prévia de ambas as lamas, para de seguida sujeitar a mistura a um espessamento único, ou até mesmo não ocorrer o processo de digestão anaeróbia (carência de oxigénio).

Saliento o facto, de que ainda existe outras, operações a realizar, nomeadamente: operações preliminares (ex: trituração, gradagem ).


Destino Final das Lamas....


Aproveitamento energético das lamas:

Cerca de 70% do material orgânico que está presente no esgoto fica retido sob a forma de lamas principais.

As lamas provenientes das ETAR'S, podem ser reutilizadas como combustíveis ou ainda na agricultura. 


É possível observar no gráfico que a reutilização das lamas, através da sua valorização agrícola, será o principal destino dado a estas lamas.
A descarga das lamas na água, foi proibida em 1998, pela Comunidade Europeia (CE), deixou de ser praticada desde então, embora sejam de prever alguns casos, mas com tendência a desaparecer.

A opção pela incineração das lamas tem evoluído ao longo dos anos, contudo esse aumento não se prevê idêntico ao da sua reutilização  embora na minha opinião seja uma mais valia, mesmo tendo conhecimento dos problemas que a mesma acarreta. Deve-se proceder à reutilização das lama desde que  seja de forma  regradamente e tendo em conta os diplomas legais, no âmbito desta temática.

Por fim, a sua deposição em aterro tem sido mais ou menos constante, prevendo-se que tenda a diminuir, ao ser limitada a sua utilização para lamas que apresentam características que permitam a sua valorização.


Contrariamente, ao que se verifica na maioria dos países da União Europeia, em Portugal tem-se verificado uma posta ténue na reutilização das lamas, através da sua valorização agrícola  favorecendo-se a sua deposição em aterro. 
O potencial fertilizante da lama não deve continuar a ser desprezado, devendo a ser promovida a sua reutilização em solos agrícolas, à semelhança do que sucede em grande parte dos países da União Europeia.

Para, além disso, os nossos solos, de uma forma geral são pobres em matéria orgânica e nos dois principais nutrientes paras as plantas - o azoto e o fósforo- assim, justificam a utilização das lamas, como importante veiculadores deste elementos, na correção de deficiências, tornando os solos mais férteis e produtivos. 

Informação disponível na Dissertação : ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE LAMAS DAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS (ETAR). EXTRUSÃO DE LAMAS PARA APLICAÇÃO NA AGRICULTURA


Em Portugal, 60% das lamas são depositadas em aterro, e as restantes, são reutilizadas na agricultura.


A aplicação das lamas na agricultura é a opção privilegiada na União Europeia, comparativamente com a incineração ou a deposição em aterro, permitindo tirar partido do seu valor fertilizante na melhoria da fertilidade física e química dos solos e do estado nutritivo das culturas. Inúmeros estudos comprovam  que aplicação das lamas na agricultura aumenta a produção das culturas e melhora a qualidade dos solos, aos veicular nutriente e matéria orgânica. 

Assim, a sua utilização na agricultura permite economizar nas necessidade de adubação química para atender às exigências nutritivas das culturas. Desta forma, a aplicação na agricultura coaduna-se bem com o conceito de desenvolvimento sustentável, ao fechar um ciclo que se iniciou com a retirada dos nutrientes na produção dos bens alimentares. 


Embora, seja um processo, com inúmeras vantagens, é necessário ter algum cuidado com a utilização das lamas na agricultura, pois  além das substâncias valiosas que as lamas veiculam, estas podem também conter substâncias prejudiciais, em maior ou menor quantidade, as quais poderão desvalorizar e inviabilizar a sua aplicação nos solos (ex metais pesados e compostos orgânicos genericamente designados por micropoluentes orgânicos.)

As lamas, podem ainda veicular (ser o fio condutor) organismos patogénicos, potenciais causadores de doenças.

Por tudo isto, chamo a atenção dos meus leitores, para o facto de nem todas as lamas poderem ser utilizadas na agricultura.
Só podem ser utilizadas, aquelas que apresentem concentrações inferiores aos valores - limite estabelecidos pela legislação em vigor (Dec - Lei nº 276/ 2009, de 2 de Outubro). Além disso, as lamas para poderem ser utilizadas devem ainda cumprir outras normas, para evitar ou reduzir os potenciais riscos de poluição ambiental.

Curiosidade : as lamas resultante dos tratamentos de águas residuais, são produtos biogénicos, isto, é geradores de vida, por essa razão devem ser designados por biossólidos.



Fontes:


ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE LAMAS DAS ESTAÇÕES DETRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS (ETAR). EXTRUSÃO DE LAMAS PARA APLICAÇÃO NA AGRICULTURA, Ricardo José Vieira de Sousa, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Guia para a Avaliação de Impacte Ambiental de Estações de Tratamento de Águas Residuais, Agência Portuguesa do Ambiente.
Dec- Lei nº 2767 2009, de 2 de OutubroEstabelece o regime de utilização de lamas de depuração em solos agrícolas, de forma a evitar efeitos nocivos para o homem, para a água, para os solos, para a vegetação e para os animais, promovendo a sua correcta utilização, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 86/278/CEE, do Conselho, de 12 de Junho. 
Directiva Comunitária n.º 1999/31/CEE, , do Conselho, de 26 de Abril, que prevê as medidas, processos e orientações sobre a deposição de resíduos em aterro, transposta para Direito interno pelo Decreto-Lei n.º 152/2002, de 23 de Maio
Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento  e de Águas Residuais.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Saneamento V - Sistemas de Tratamento de Águas Residuais


O tratamento de águas residuais apresenta duas fases distintas: 

Tratamento na fase líquida - tem como objetivo o tratamento da água residual de forma a cumprir as condições exigidas na licença de descarga, para posterior rejeição no meio receptor;

Tratamento na fase sólida - é dado o tratamento adequado aos sólidos removidos da água residual na fase líquida.


A seleção de um sistema de tratamento é determinada por vários fatores, nomeadamente, qualidade pretendia de efluente final, (o tratamento da águas residuais depende dos parâmetros definidos), na legislação em vigor, consoante o seu destino final) , custos do investimento, (o tratamento de águas residuais é tanto mais económico, quanto maior for o número de habitantes equivalentes a tratar num só local, diminuindo os custos de investimento e exploração), e a localização do sistema e os valores - limites de emissão dos afluentes da ETAR que se pretendem, em função da qualidade da água do meio receptor onde será descarregada a água residual tratada.

Na fase líquida de uma forma geral, existem quatro fases de tratamento de águas residuais numa ETAR, designadas por tratamento preliminar, primário, secundário e terciário.

Tratamento preliminar - os esgotos são sujeitos à separação dos sólidos de maiores dimensões através de processos como a gradagem que pode ser conseguida através de grades finas e/ou peneiras rotativas.


Tratamento Primário - depois do pré-tratamento, as águas residuais, continuam com as suas características poluidoras, quase inalteradas, pois o pré- tratamento é apenas um processo físico.

Inicia-se nesta etapa, o tratamento propriamente dito, onde os poluentes são separados da água por sedimentação. À semelhança do pré-tratamento, o tratamento primário é também um processo físico mas por vezes, é ajudado pela adição de agentes químicos através da floculação ou coagulação, garantem a obtenção de flocos da matéria poluente de maior dimensões.

A eficácia deste tratamento pode ir até aos 60%, visto que no final a matéria poluente na água é de reduzidas dimensões.

Floculação - é o processo onde a água recebe sulfato de alumínio. Este produto faz com que as impurezas de aglutinem formando flocos para serem facilmente removidos.


Tratamento Secundário - consiste num processo biológico, onde a matéria orgânica (poluente) é consumida por microorganismos nos chamados reactores biológicos. Estes reactores normalmente encontram-se em tanques com grande quantidade de microorganismos aeróbios. Por isso, no final desta etapa as águas encontram-se com elevado número de microorganismos, o que leva à necessidade de existência da sedimentação nos designados sedimentadores (decantadores) secundários. 

A eficiência de um tratamento secundário pode chegar aos 95%, as água residuais já tratada podem ser devolvidas ao meio receptor sem tratamento terciário.

Tratamento Terciário- consiste na desinfecção das águas residuais tratadas, com o intuito de remover microorganismos patogénicos. 

A fase sólida, diz respeito ao encaminhamento que é dado às lamas (resíduos gerados no tratamento de águas residuais).

Durante, este o estágio, tive o privilégio e oportunidade de conhecer algumas ETAR, que são  da responsabilidade da EMAS, aqui ficam algumas fotos: 


ETAR do Bairro das Flores, Beja

ETAR do Bairro das Flores, Beja

ETAR de Mombeja - Grelhas de Separação 



ETAR - Bairro das Pedreiras - Beja

ETAR - Santa Vitória 

Fossa Septica - Monte da Juliana

ETAR - Santa Vitória 






Fontes:


Guia de Saneamnto, Documento Interno, em formato não digital