segunda-feira, 29 de outubro de 2012



Achei importante colocar esta notícia que saíu no dia 28 de Outubro de 2012 no Correio da Manhã,
pois  considero que os números  referente á população que pode vir a sofre de AVC's (Acidente Vascular Cerebral) são alarmantes,
podemos por isso estar prerante um problema de saúde pública, sendo que 3 milhões de pessoas
sofrem de um  AVC por ano em todo o mundo".

Todos os dias, 80 portugueses são vítimas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) provocado por uma fibrilhação auricular, uma arritmia que pode ser controlada com fármacos anticoagulantes, mas apenas 30 por cento(%) dos doentes optam pela medicação.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal e, na véspera do Dia Mundial do AVC, o cardiologista José Ferreira Santos chamou a atenção para a prevenção da fibrilhação auricular, uma forma de arritmia cardíaca que é responsável por 20% dos AVC registados no país.
"A fibrilhação auricular (FA) é a alteração mais comum do ritmo cardíaco. Um em cada cinco AVC são provocados por esta arritmia, mas se a tratarmos eficazmente, com a terapêutica anticoagulante, conseguimos praticamente eliminar esta complicação", lembrou o especialista.
Os sinais de alerta são palpitações, coração a bater diferente e pulso irregular. Sendo que o "teste de eleição" dos especialistas passa por um simples electrocardiograma, que permite identificar se as pessoas têm FA.
"Depois de identificada a arritmia é preciso perceber se a pessoa está em risco de ter um AVC", lembrou o especialista, defendendo que "qualquer pessoa com mais de 65 anos (a quem foi identificada uma arritmia) deve fazer uma terapêutica anticoagulante, para evitar a formação de coágulos no coração e reduzir o risco de ter uma trombose".
No entanto, a realidade é um pouco diferente. José Ferreira Santos lembrou um estudo nacional que veio revelar que apenas metade das pessoas sabia que tinha arritmia. E, das que sabiam, "só 30% estavam a fazer uma medicação anticoagulante. Ou seja, os restantes 70% não estavam a prevenir eficazmente os AVC", alertou o especialista.
A fibrilhação auricular atinge cerca de 120 mil portugueses e a sua prevalência deverá continuar a aumentar devido ao envelhecimento da população.
"Se incluirmos todas as pessoas desde a nascença até à terceira idade, a fibrilhação afecta 2,5% da população em Portugal. Mas a prevalência aumenta bastante à medida que os anos avançam, podendo chegar até 10 a 15 % da população com mais de 70 anos. Se vivermos tempo suficiente, uma em cada quatro pessoas irá desenvolver fibrilhação auricular ao longo da vida", lembrou o cardiologista do Hospital De São Bernardo, em Setúbal.
Pedro Monteiro, Cardiologista dos Hospitais da Universidade de Coimbra, lembrou, por seu turno, a importância de a fibrilhação auricular ser "reconhecida como um problema de saúde pública, uma vez que é responsável por 3 milhões de AVC por ano em todo o mundo".
Em Portugal, o AVC é responsável pelo internamento de mais de 25.000 doentes por ano e por um elevado grau de incapacidade: metade dos doentes que sobrevivem a um AVC ficam com limitações nas actividades da vida diária.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012


Idosos




A expansão do envelhecer não é um problema. É sim uma das maiores conquistas da humanidade. O que é necessário é traçarem-se políticas ajustadas para envelhecer são, autónomo, activo e plenamente integrado” (Kofi Anam, 2002).


Segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística), A população idosa, com 65 ou mais anos, residente em Portugal é de 2,023 milhões de pessoas, representando cerca de 19% da população total. Na última década o número de idosos cresceu cerca de 19%.



“Num estádio de decadência, os idosos enfrentam numa sociedade diferente, famílias


diferentes, perdas significativas no seu prestigio sócio/profissional e cultural e, quantas vezes desenraizamento de sua casa e do seu lar. (…). Tudo isto conduz a um estado de solidão associado à vulnerabilidade de morte próxima…potenciando isolamento e depressão" (Jaques,2004, p.35).


Por tudo isto, penso o quanto é importante proporcionar ao idoso, um envelhecimento saudável e mediante as limitações de cada um, activo. Muitas vezes aquilo que se passa é que a família não tem possibilidade/ ou simplesmente não quer aceitar a responsabilidade de ter um papel activo no envelhecimento do seu idoso, por essa razão a alternativa é a institucionalização do mesmo.


Por tudo isto os lares acabam por ser os locais onde os idosos acabam por passar uma parte das suas vidas. Por essa razão estes estabelecimentos têm na minha opinião a obrigação de desenvolver actividades de apoio social, integrando a utilização temporária ou permanente, possibilitando ao idoso uma alimentação cuidada face às suas necessidades e limitações, cuidados de saúde, higiene e conforto, fomentando o convívio e propiciando a animação social e a ocupação dos tempos livres do idoso.




Durante a minha vida, já me foi possível ter contacto com o bom e o mau destas instituições.


Mas estou crente que temos mais exemplos de lares bons do que lares maus (uns por carências estruturais, outros por dificuldades ao nível funcional e outros ainda maus por ambas as situações) pelo menos quero acreditar que sim.


Durante a semana que passou foi-me possível ter contacto com mais um bom exemplo, realizei uma vistoria a um lar, cujas portas só abrirão no próximo mês, no entanto foi notória a preocupação por parte da direcção relativamente ao bem estar dos seus utentes.




Enquanto futura Técnica de Saúde Ambiental, penso que a realização de vistorias a estes estabelecimentos, sejam uma mais valia para os idosos, pois com estas vistorias assim como acções de sensibilização aos poucos podemos ajudar estas instituições a atingir um limiar mínimo de carências, sejam estas estruturais ou de funcionamento. Outro aspecto que para mim acho importante e que nós (Técnicos de Saúde Ambiental) temos o dever de sensibilizar os proprietários destes estabelecimentos para que não vejam apenas "dinheiro e lucro", mas acima de tudo, que primam pela satisfação, empenho, a dedicação, o acolhimento, o profissionalismo apostando na formação dos seus colaboradores, para assim se poder aplicar a palavra LAR e o idoso possa sentir verdadeiramente que o actual espaço onde se encontra a residir é de facto "o seu lar", a sua casa. 




Fontes:



Jaques, M. E. (2004). Ser idoso: abordagem psicossomática no contexto institucional e

familiar. Sinais Vitais, 35.

domingo, 21 de outubro de 2012



Actividade do Dia da Alimentação


A saúde e a sua promoção parecem ter ocupado um lugar preponderante em múltiplos sectores da vida social, muito particularmente nos da educação e da saúde.” (Carta de Otawa, 1986).


A promoção da Saúde é o processo que permite capacitar as pessoas a melhorar e a aumentar o controlo sobre a sua saúde (e seus determinantes – sobretudo, comportamentais, psicossociais e ambientais)” (Carta de Otawa, 1986).

Cabe a nós Técnicos de Saúde Ambiental, inseridos no contexto da Saúde Pública, promover e capacitar a população sobre aquilo que lhes é benéfico e por outro lado prejudicial.


Na minha opinião e enquanto futura Técnica de Saúde Ambiental é importante capacitar não só a população adulta como também a população infantil/ juvenil para os factores determinantes em saúde.


Na maioria dos casos é a população infantil/jovenil que consegue alcançar a população adulta, quando muitas vezes nós não o conseguimos fazer, pois os adultos em muitos casos vezes são susceptíveis à mudança, mesmo que essa mudança seja para o próprio bem deles. 


Por essa razão quando pensamos em acções de promoção para a saúde, é importante ponderar fazer “promoção para a saúde em contexto escolar”, pois a mensagem que é transmitida na escola é sempre transmitida pelas crianças em casa aos pais e familiares do seu agregado.




Sendo uma das áreas de intervenção de um Técnico de Saúde Ambiental integrado num Unidade de Sáude Pública, foi solicitada a realização por parte de duas escolas a nossa colaboração para a realização de uma actividade que assinalasse o Dia da Alimentação (16 de Outubro). Neste sentido foram realizadas duas actividades distintas, mas sempre tendo em conta o âmbito do dia comemorativo assim como uma temática de extrema importância a qual pretendemos dinamizar (Higiene e Segurança Alimentar).


Segue-se a planificação das actividades:


Armazenamento dos alimentos


Nome da actividade: “O nosso frigorífico”


Área de Intervenção: Higiene e Segurança Alimentar


Enquadramento: As doenças de origem alimentar constituem uma das principais preocupações ao nível da Saúde Pública, principalmente nos grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos. Desta forma, torna-se pertinente a necessidade de sensibilizar as crianças para a importância deste tema, evitando assim a ocorrência de doenças de origem alimentar.


Objectivo: Dotar os alunos de conhecimentos para armazenar correctamente os alimentos nos diversos compartimentos do frigorífico.


Descrição da actividade: Os alunos deverão colocar corretamente os alimentos nos diversos compartimentos do frigorífico, segundo as indicações que lhes foram transmitidas. Para tal construimos um frigorífico de cartão, seleccionámos alguns alimentos, para serem colocados no frigorífico pelas crianças




Higienização das mãos


Nome da actividade: “Achas que sabes lavar as mãos?”


Área de Intervenção: Higiene e Segurança Alimentar


Enquadramento: As mãos são um dos mais importantes veículos de transmissão de microrganismos causadores de doenças.


As mãos sujas são, muitas vezes, responsáveis pela contaminação de alimentos e objectos utilizados no dia-a-dia que, quando em contacto com as mucosas ou pele lesada podem causar infecções no organismo. A lavagem das mãos é, de acordo com a evidência científica disponível, uma das maneiras mais eficazes de prevenir infecções.


Objectivo: Reforçar a importância da lavagem das mãos junto dos alunos como meio de prevenção na transmissão de doenças, sensibilizando assim, para a prática de bons hábitos de higiene diários.


Descrição da actividade: Esta actividade consiste em ensinar os alunos a lavar correctamente as mãos. Seguidamente, solicitou-se a colaboração de um grupo de alunos, que estará de olhos vendados e irá realizar a lavagem das mãos de acordo com o que lhe foi transmitido, com a particularidade de que irá utilizar guache no lugar de sabonete líquido. Desta forma, é possível evidenciar que a técnica de lavagem correta abrange toda a área das mãos.


Foram realizadas ainda duas apresentações em PowerPoint, cada uma com a sua temática, como suporte e orientação para aquilo a que nos propusemos.


A actividade foi ministrada a 59 crianças com idades compreendidas entre os 5 e os 9 anos, em duas sessões: uma de manhã onde estavam presentes alunos da pré-escola e alunos ensino básico, da parte da tarde a actividade foi realizada a uma turma de 1º ano do ensino básico.


O feedback que obtive por parte dos próprios alunos e professores foi de que as actividades realizadas foram interessantes e dinâmicas pois a população alvo é bastante exigente. Talvez por isso tenham sido tão participativos durante a realização das actividades, a maior surpresa foi o facto de a grande maioria das crianças  estar sensibilizada para estas questões do âmbito da Higiene e Segurança Alimentar.


Espero que a mensagem transmitida às crianças possa ser colocada em prática nas suas próprias casas.

Foram escolhidas estas duas temáticas, pois ambas são temas pertinentes os quais devemos prestar a devida atenção, uma vez que quer o mau acondicionamento dos alimentos quer a lavagem incorrecta das mãos pode ter  consequências nefastas para a nossa saúde.

No caso do mau acondicionamento dos alimentos no frigorífico, podemos estar a  contribuir para a proliferação de microrganismos, que podem vir a desencadear doenças. Desta forma, a correcta arrumação de um frigorífico tem como garantia, a conservação dos alimentos assim como o retardar o aparecimento/ desenvolvimento dos microrganismos.

Relativamente à actividade "Achas que sabes lavar as mãos?", embora já tenham sido imensas as acções de sensibilização no âmbito desta temática, continua a ser um tema de extrema relevância que deve ser regularmente relembrado, uma vez que as nossas mãos são o principal veiculo de transmissão dos microrganismos de um individuo para outro. Assim sendo, a lavagem das mãos é a principal medida de controlo de infecção.


Programa REVIVE (Captura de Culicideos ( os conhecidos
mosquitos) e ixodideos (as conhecidas carraças).


No ano de 2008, iniciou-se o Projecto Rede de Vigilância de 

Vectores – REVIVE, que resultou da parceria entre a 

Direcção-Geral da Saúde, as Administrações Regionais de

Saúde e o Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge ( Centro de
Estudos de Vectores de Doenças Infecciosas )

O programa  REVIVE tem como objectivo principal a determinação do nível de risco associado à presença de culicídeos (mosquitos) no território português e também à caracterização dos ixodídeos (carraças).

No âmbito do Programa REVIVE, o contributo dos Técnicos de Saúde Ambiental, recorrendo a técnicas específicas, consiste em efectuar a recolha de mosquitos adultos, de larvas e de carraças, para que desta forma possam ser objecto de identificação e de outros estudos, podendo contribuir para a caracterização de exemplares existentes nas várias áreas geográficas de onde são capturados.

Assim é possível contribuir para o geoprocessamento de informação útil, pela DGS, de medidas e acções de vigilância e controlo das doenças transmitidas aos seres humanos pelos insectos e pelas carraças.


Os ixodídeos ou Carraças


“Os ixodídeos, também designados por carraças, são artrópodes hematófagos estritos ectoparasitas de vertebrados  terrestres. Estes artrópodes estão presentes em quase todas as regiões zoogeográficas. Embora sejam considerados zoofílicos, são várias as espécies associadas à transmissão ao Homem de importantes agentes etiológicos, responsáveis pelo aparecimento de diversas doenças infecciosas.”( M.ª MARGARIDA SILVA, A SOFIA SANTOS, PERPÉTUA FORMOSINHO, FÁTIMA BACELLAR Centro de Estudos de Vectores e Doenças Infecciosas, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Lisboa.)

A carraça, enquanto portadora de microrganismos, constitui um perigo para a saúde animal e, também, para a saúde pública.



Formas de transmissão


As carraças são parasitas que se instalam na pele, que se alimentam do sangue e que podem transmitir doenças graves, tanto ao animal como ao homem.



Na maior parte dos casos, as carraças precisam de estar fixas ao seu hospedeiro durante pelo menos 24 horas para transmitirem os microrganismos causadores da doença, dependendo do agente patogénico. 



Os vírus podem ser transmitidos em minutos, embora as bactérias e os parasitas precisem de mais tempo.

As carraças depositam os seus ovos no solo, em vegetação de dimensão média e alta, que apresentem algum grau de humidade. No verão, e especialmente nas horas mais frescas do dia (de manhã ou ao final da tarde), as carraças instalam-se na ponta das ervas e arbustos, sendo por isso mais fácil a sua passagem para os animais e para o homem.
Os locais que apresentam maior risco são os parques e jardins, havendo também uma maior prevalência de carraças na zona interior do país.


Tipos de doenças transmissíveis por carraças



As doenças transmissíveis por carraças representam um perigo para o animal e para o ser humano, pelas consequências que acarretam e que podem levar à morte, caso não seja feita uma intervenção rápida.


Segundo "Formação Revive, Instituto Nacional de Saúde, Dr Ricardo Jorge",em Portugal, o número de doenças transmissíveis por carraças tem vindo a aumentar nos últimos anos, devido ao aumento das temperaturas que se têm feito sentir.

Nem todas as carraças estão infectadas por agentes patogénicos, pelo que a sua picada poderá não ter consequências mais graves do que uma pequena espoliação de sangue e inflamação local.

De uma maneira geral, nos humanos, os sinais clínicos começam com uma pequena úlcera vermelha coberta por uma espécie de borbulha negra no local da picada da carraça na pele e, passados alguns dias, podem aparecer sintomas de febre, dor de cabeça, erupções cutâneas, mialgias, náuseas e vómitos, dor abdominal, conjuntivite, gânglios linfáticos aumentados, diarreia, perda de equilíbrio, estado mental alterado, artrites e icterícia.


Reflexão:


Considero este tema pertinente e importante, daí partilhar com todos através do meu blog, tal como foi evidenciado anteriormente este tema não deve ser ignorado pois caso contrário poderão advir consequências graves para a nossa saúde.


Durante esta semana, chegou ao centro de saúde uma criança de 5 anos, cuja mãe suspeitava que filha tinha uma carraça na axila, fomos chamados junto da criança para confirmar se efectivamente se tratava de uma carraça.

As carraças Durante o seu ciclo de vida, assumem 4 formas evolutivas: Ovo, Larva, Ninfa e Adulto, no caso desta criança tratava-se  de uma larva era difícil confirmar se era mesmo uma carraça visto a sua dimensão ser muito pequena. Realmente a criança tinha consigo uma carraça. Procedemos à sua retirada, colocamo-la num tubo de ensaio com uma folha de ramagem para manter os níveis de humidade favoráveis à sua sobrevivência para desta forma ser enviada para oCentro de Estudos de Vectores e Doenças Infecciosas (CEVDI), no Instituto Dr.Ricardo Jorge, para que se possa comprovar se a carraça estava ou não infectada com febre da carraça.

Segundo a mãe da criança esta poderá ter apanhado a carraça num parque local, ou na casa de uma vizinha onde coabitam animais de estimação.


PREVENÇÃO é a chave para impedir a infestação por carraças e evitar a transmissão destas doenças.


O período de maior risco de infestação por carraças ocorre entre Abril e Outubro, mas o seu controle deve ser feito durante todo o ano! Evite passear o seu cão e/ou gato por zonas de vegetação intensa e mantenha-o desparasitado.







Tal como referenciado no início desta publicação, o programa REVIVE, contempla também a captura de Culicídeos (mosquitos) e larvas.


À semelhança da carraça, também os mosquitos provocam doenças, que constituem graves problemas de Saúde Pública.


“A maior parte dos agentes de doença transmitida por vectores exigem um padrão sazonal distinto, o que sugere, muito claramente, que os parâmetros climáticos são importantes na epidemiologia das doenças transmitidas por vectores. Alguns factores climáticos como a temperatura, precipitação, humidade e a velocidade e direcção do vento influenciam fortemente a ecologia (multiplicação), desenvolvimento, comportamento e sobrevivência dos vectores e hospedeiros, e consequentemente a dinâmica da transmissão da doença.” (Formação Revive, Centro de Estudos de Vectores e Doenças Infecciosas Dr. Francisco Cambournac / Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge).


Os mosquitos efectuam a postura de ovos  em qualquer zona húmida ou de água parada, preferencialmente fossas, esgotos, águas estagnadas e poluídas. A maioria dos mosquitos adultos vive no exterior. Durante o dia estão inactivos em zonas resguardadas e sombrias; à noite, as fêmeas, hematófagas (fazem refeição de sangue), retomam a actividade para se alimentarem, picando indiferenciadamente humanos e animais.



Ciclo de desenvolvimento




Distinguem-se quatro estadios de desenvolvimento: o ovo, a larva, a ninfa ou pupa e o adulto. Em geral, as fêmeas só se reproduzem uma vez mas põem ovos periodicamente durante toda a sua existência. Para conseguir isso, a maioria delas deve alimentar-se de sangue. Os machos não são hematófagos, alimentam-se de sucos vegetais (fitófagos).

Medidas de controlo a ter em conta

1. Organismos-alvo: Mosquitos Imaturos (Larvas)




Actualmente, um dos principais métodos de luta em relação às populações de mosquitos reside na eliminação dos locais de postura e criação de larvas e/ou na utilização de larvicidas. As larvas de mosquito podem ser controladas por via mecânica, biológica, ou química:

a) controlo mecânico – consiste na destruição dos locais favoráveis ao desenvolvimentos dos estádios imaturos do mosquito.

Pode envolver várias medidas:


- Esvaziamento e remoção de contentores ocasionais, como pneus velhos e latas;


- As depressões no terreno devem ser reduzidas; 


- Ervas altas, que podem reter águas, devem ser cortadas regularmente


- Os aterros sanitários devem ter um declive final por forma a facilitar a drenagem;


- Remover as barreiras para que a água possa correr livremente;


- Igualmente importante é a selagem de tanques ou fossas onde esgotos possam ficar estagnados. 


- Pequenos charcos e lagos constituem locais preferenciais de criação de larvas: as ervas circundantes devem ser retiradas e a água renovada;


- Em campos irrigados, os problemas dos mosquitos podem ser relevantes. Estes normalmente procuram a água armazenada, o sistema de distribuição e de drenagem. Para controlar esta situação, é necessário usar quantidades de água suficientes para a manter em movimento nos sistemas e evitar a estagnação.


b) controlo biológico - a técnica biológica para eliminar as larvas pode incluir o uso de toxinas do Bacillus thuringiensis, reguladores de crescimento dos insectos (feromonas) e/ou luta biológica através do povoamento dos lagos e outras áreas aquáticas com peixes predadores de larvas de mosquitos, p. ex. do Gén. Gambusia.


c) controlo químico - este tipo de controlo pode ser efectuado através de destilados de petróleo, os quais são tóxicos para os ovos, larvas e pupas. Os larvicidas à base de piretróides também têm sido usados durante muito anos. Produtos à base de metoxicloro actuam de forma sistémica, como veneno por contacto, penetrando a parede respiratória das larvas.

2. Organismos-alvo: Mosquitos adultos 


a) Protecção das habitações - à noite, os mosquitos são controlados eficazmente através de redes com uma malha de 4,8
C4,8 ou 4,2C
4,2mm que impedem a sua passagem.

b) Protecção humana - Actualmente, existem vários tipos de repelentes químicos no mercado nacional (Pesticidas para uso no Homem). Incluem, entre outros, o éster etílico ácido 3 – (N-N-butil_N-acetil) aminopropiónico (EBAAP) e o N-N dietiltoluamida (DEET). Estes, aplicados em superfícies do corpo, podem prevenir as picadas de mosquito por períodos entre 2-12 h. Esta protecção depende da pessoa, da espécie de mosquito e da abundância de mosquitos existente.

Outro modo de controlo dos mosquitos adultos com efeito directo no Homem será a acção de pulverização no ambiente de insecticidas (Pesticidas para uso industrial) que pode ser desencadeada através do uso de aerossóis, fumigação ou aplicação aérea, por meio de equipamento devidamente calibrado.




Captura de Mosquistos em fase Adulta

A armadilha CDC light-trap e gelo seco (CO2) é o equipamento utilizado para a captura de mosquitos adultos.
Estas armadilhas atraem os insectos através de uma luz para o local em que são aspirados para o saco, são colocadas a 1,50 metros do solo e protegidas do vento. 
A  colocação do gelo seco será perto da armadilha, para que os insectos sejam atraídos para a mesma.


 
Para além da colocação da armadilha, é também colocado um medidor de temperatura e humidade, de maneira a ser possível verificar temperaturas/ humidade máxima e mínima, registada durante a noite.       

A armadilha é colocada ao final da tarde e retirada pela manhã do dia seguinte, repetindo-se em duas noites seguidas.















Captura de Mosquitos Imaturos (Larvas)



Com o auxílio de um camaroeiro capturam-se as larvas nos locais de postura (criadouros) e colocam-se em água, colhida no mesmo local da captura.




Depois de capturados os mosquitos e as larvas, devem sem devidamente acondicionados, para poderem ser enviados para o Centro de Estudos de Vectores e Doenças Infecciosas (CEVDI), no Instituto Dr.Ricardo Jorge.




Fontes:
Formação Revive, Centro de Estudos de Vectores e Doenças Infecciosas Dr. Francisco Cambournac / Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge



segunda-feira, 15 de outubro de 2012



Vistoria a Reloute de Venda Ambulante



A Segurança Alimentar é definida como a garantia de que os alimentos não provocarão danos ao consumidor quando sejam preparados ou ingeridos de acordo com a sua utilização prevista (Codex Alimentar, CAC/RCP 1-1969 Rev. 4 2003).


As sociedades de hoje colocam à disposição dos consumidores uma variedade e quantidade cada vez maior de alimentos. Esta situação começa a levantar inúmeros problemas relativos à segurança alimentar dos produtos consumidos, nomeadamente com a sua contaminação que decorre da responsabilidade dos produtores e dos vendedores, assim como dos próprios consumidores.

"Todas as pessoas têm o direito de esperar que todos os alimentos que consomem sejam inócuos e aptos para consumo. As doenças de transmissão alimentar são não melhor das hipóteses desagradáveis, nas piores situações, fatais.
Existem no entanto outras consequências: os surtos de doenças alimentares podem ser prejudiciais para o comércio e turismo, podendo levar à perda de rendimentos. desemprego e litigações.
A deterioração de Alimentos constitui um desperdício, afectando negativamente o comércio e a confiança dos consumidores."CAC,2003"
Existem diversos tipos de contaminações a que os alimentos podem estar sujeitos e que representam um risco efectivo para a saúde pública.

Esta pequena nota introdutória, não é válida apenas para os vendedores e que regem a sua actividade em estabelecimentos não amovíveis, é sim para todos os operadores das empresas do Sector Alimentar, independente de as suas instalações sedentárias.

Segundo o Dec.Lei nº 122/79 de 8 de Maio; "Regulamenta a venda Ambulante", ponto 2; São considerados vendedores ambulantes os que:

a) Transportando as mercadorias do seu comércio, por si ou por qualquer meio adequado, as vendam ao público consumidor pelos lugares do ser trânsito;
b) Fora dos mercados municipais e em locais fixos demarcados pelas câmaras municipais, vendam as mercadorias que transportem utilizando na venda os seus próprios ou outros que à sua disposição sejam postos pelas referidas câmaras;
c) Transportando a sua mercadorias em veículos, neles efectuem a respectiva venda, quer pelos lugares do seu trânsito, quer em locais fixos, demarcado pelas câmaras competentes fora dos mercados municipais;
d) Utilizando veículos automóveis ou reboques, neles confeccionem, na via pública ou em locais municipais, refeições ligeiras ou outros produtos comestíveis preparados de forma tradicional.

Para a referida venda ambulantes é necessário ter em conta alguns critérios de obrigatoriedade presentes no Dec.Lei nº 122/79 de 8 de Maio, nomeadamente:

  • Os tabuleiros, bancadas, pavilhões, veículos, reboques ou quaisquer outros meios utilizados na venda deverão conter afixada, em local bem visível ao público  a indicação do nome, morada e número do cartão do respectivo vendedor.
  • Os tabuleiros, balcões ou bancadas utilizados para a exposição, venda ou arrumação de produtos alimentares deverão ser construídos de material resistente a traços ou sulcos e facilmente laváveis. Todo o material de exposição, venda, arrumação ou depósito deverá ser mantido em rigoroso estado de asseio e higiene.
  • No transporte , arrumação, exposição e arrecadação dos produtos é obrigatório separar os alimentos dos de natureza diferente, bem como, de entre cada um deles, os que de algum modo possam ser afectados pela proximidade dos outros.
  • Quando não estejam expostos para venda, os produtos alimentares devem ser guardados em lugares adequados a preservação do seu estado e, bem assim, em condições hígio-sanitárias que os protejam de poeiras, contaminações ou contactos que de qualquer modo possam afectar a saúde dos consumidores.


  • O vendedor, sempre que lhe seja exigido, terá de indicar às entidades competentes para a fiscalização o lugar onde guarda a sua mercadoria, facultando o acesso ao mesmo.


    No dia em que me foi possível, acompanhar uma vistoria de venda ambulante saliento o facto de terem sido feitas vistorias a 9 carrinhas de venda e/ou transporte dos mais variados géneros alimentícios, no decorrer do texto não irei abordar as nove vistorias uma vez que algumas delas remetem para a venda dos mesmos produtos e não apresentam nada de relevante e de  diferente das carrinhas com os mesmos produtos para venda.

O controlo da higiene nos veículos de venda ambulante, da higiene pessoal dos vendedores ambulantes e dos meios de acondicionamento dos produtos alimentares, pode ser um importante vector de contaminação e proliferação de microrganismos, que poderão originar problemas de saúde para as populações que utilizam este tipo de pontos de venda.

A vistoria foi realizada com base na ordem de chegada dos respectivos vendedores. A primeira vistoria foi realizada a uma pequena mercearia, a qual teve parecer favorável para a venda.

Salientam-se os seguintes aspectos positivos com base no Decreto-Lei nº 122/79 de 8 de Maio e o Regulamento (CE) 852/2004, 29 de Abril de 2004.
- O pavimento era de material de fácil higienização, com recurso à utilização de estrados.
- Nenhum bem alimentar se encontrava directamente em contacto com pavimento assim como paredes, permitindo a circulação de ar entres produtos alimentares.
- Segundo as boas práticas no que diz respeito a armazenamento dos produtos alimentares líquidos, estes devem estar em baixo para que em caso de escorrência não se verifique a conspurcação dos de mais produtos. Este aspecto é respeitado por parte do proprietário da carrinha em questão.
-Os produtos alimentares estavam todos separados tendo em conta a sua categoria e o fim a que se destinam.
- Verificou-se a existência de balcão, e bancada de apoio, em material resistente e de fácil higienização (inox).
- O escape do veículo estava inclinado para baixo, não havendo por isso a contaminação dos produtos com os fumos emitidos pelo mesmo.
-O segundo veículo a ser alvo de vistoria, destinava-se apenas ao transporte e/ou venda de frutas e hortaliças, à semelhança  do primeiro este também teve parecer favorável.

O veículo em causa, é uma carrinha de caixa aberta, salientam-se os seguintes aspectos positivos:
- A caixa da carrinha é em madeira, no ramo alimentar madeira é um material que não pode ser utilizado devido à sua fácil derterioração, acumulação de resíduos e propícia à proliferação de microrganismos, por essa razão sugere-se a utilização de outro material, quando tal não é possível é necessário tornar a madeira num material resistente e de fácil higienização, neste caso em específico o proprietário, envernizou a caixa da carrinha tornando-a desta forma, resistente e de fácil higienização.
-O pavimento era de material facilmente lavável, com recurso à utilização de estrados.
- A carrinha apresentava cobertura em material lavável e em bom estado de conservação.
- Nenhum género alimentício se encontrava directamente em contacto com o pavimento.
- O escape de veículo estava inclinado para baixo, nao havendo por isso contaminação dos produtos com os fumos emitidos pelo mesmo.

De seguida foram vistoriados dois veículos pertencentes ao mesmo proprietário, um dos veículos destina-se apenas à venda e transporte de pão e os produtos afins e o outro apenas ao transporte, ambos com parecer favorável à actividade que se destinam.

Salientam-se os seguintes aspectos positivos:
- Ambos os veículos tinham as inscrições na parte exterior referentes à sua actividade.
- O compartimento da carga dos veículos estava isolado da cabine de conduções, de material resistente e lavável. (Critério de Obrigatoriedade no Dec.Lei nº 275/87 de 4 de Julho, art 10º, ponto 2).
- O compartimento de carga, de ambos os veículos encontrava-se impermeabilizado (fibrado), com material lavável e resistente.
- Verifica-se em ambas as carrinhas a existência de estrados, de material lavável e resistente.
- A carrinha que se destina ao transporte e venda de pão e afins encontrava-se munida de um balcão para evitar que os consumidores, transgridam para a zona de armazenamento do pão.
À semelhança dos outros veículos acima referidos também estas carrinhas têm o escape para baixo.

De seguida foi feita a vistoria a uma carrinha de venda ambulante de queijos. Como critério de obrigatoriedade a carrinha tem de apresentar sistema de frio, para além de todos os outros aspectos acima mencionados.
Salienta.se que o proprietário dividiu a zona de carga da carrinha, ambas  as secções são abrangidas pelo sistema de refrigeração.
O proprietário da  dividiu a zona de carga com vista a respeitar ao máximo as características dos próprios produtos, aqueles que exigem temperaturas mais baixas estão junto do sistema de refrigeração, por outro lado aqueles que não necessitam de temperaturas tão frias para manter a sua qualidade, são armazenados no outro lado da carrinha.
Depois procedeu-se à vistoria de uma outra carrinha de venda ambulante de queijos.
À semelhança da outra tinha sistema de refrigeração. Neste caso o único aspecto a salientar é a utilização de dois tacos de madeira presentes na zona de carga da carrinha.
Posteriormente procedemos à vistoria de uma carrinha de transporte de hortaliças, foi a vistoria mais complicada da tarde, uma vez que ao contrário dos outros vendedores ambulantes os aspectos a referir são negativos.
Salientam-se os seguintes aspectos negativos/passíveis de melhoria:
- Inexistência de estrados no pavimento (segundo o proprietário devido ao facto de não conseguir manusear o monta cargas por cima dos dos estrados).
-Verificou-se a colocação dos produtos em contacto directo com o pavimento.
-Recurso à utilização de caixas de cartão onde são colocados alguns produtos alimentares.
-Desorganização do espaço.
-A carrinha do proprietário tinha elevador, (carrinha comum apenas para transporte), no entanto o proprietário para além do transporte faz venda, colocando os produtos que se destinam à venda no pavimento (segundo o próprio proprietário).

Na minha opinião esta carrinha não apresenta as exigências mínimas parava a venda, apenas para transporte.
Por último foi feita a vistoria a uma carrinha de venda ambulante de frutas e hortaliças, sem demais aspectos a salientar para além dos já referidos ao longo da minha exposição.

Reflexão sobre o tema:


A segurança alimentar tem sido uma das preocupações mais vincadas, todos os estabelecimentos onde se preparam e/ou vendem alimentos devem estar sujeitos a uma atenção especial e cumprindo com a legislação em vigor em termos de Segurança Alimentar.

Contudo é fácil detectar que existem inúmeros locais de venda ao público espalhados por eventos populares e outros que não cumprem com a maioria dos requisitos de segurança alimentar antes desta actividade a minha opinião sobre a venda ambulante à semelhança dos locais de venda em eventos populares era de que não eram sequer cumpridos os requisitos mínimos no que diz respeito à higiene e segurança dos alimentos



Fontes: CodexAlimentar; 2003, Deponivel em: http://www.apicarnes.pt/pdf/segalcodex_.pdf, acedido a 14 de Outubro de 2012-
Dec.Lei nº275/ 87 de 4 de Julho; Dá nova redacção aos artigos 8.º e 10.º do Decreto-Lei n.º 286/86, de 6 de Setembro (estabelece as condições hígio-sanitárias do comércio do pão e produtos afins. Revoga o Decreto-Lei n.º 302/72, de 14 de Agosto)
Dec.Leinº122/79 de 8 de Maio; Decreto-Lei n.º 289/78, de 16 de Setembro, veio ao encontro das novas realidades que têm modificado o exercício da venda ambulante, conforme se refere no seu preâmbulo. As alterações agora introduzidas, embora não modifiquem o espírito do diploma, têm em vista o seu ajustamento com o Decreto-Lei n.º 247/78, de 22 de Agosto, para melhoria da conjugação dos sectores responsáveis pelo desenvolvimento desta forma de actividade.
Regulamento(CE)nº 852/2004, de de 29 de Abril de 2004  ; relativo à higiene dos géneros alimentícios.