segunda-feira, 29 de abril de 2013

Qualidade da Água V - Controlo dos Sistemas de Abastecimento de Água para Consumo Humano


O controlo da qualidade da água para consumo humano pode definir-se como o conjunto sistemático de acções de avaliação da qualidade da água realizadas com carácter regular pela entidade gestora do sistema de abastecimento, com vista à manutenção permanente da sua qualidade em conformidade com a norma ou padrão estabelecido legalmente (Decreto de Lei nº306/2007 de 28 de Agosto).

A norma ou padrão de qualidade da água corresponde aos valores de parâmetros físicos, químicos e microbiológicos que definem uma qualidade da água aceite como adequada para o consumo humano. 

Segundo o Decreto de Lei nº 306/2007 de 28 de Agosto  "água para consumo humano de boa qualidade caracteriza-se por não pôr em risco a saúde, ser agradável ao paladar e à vista dos consumidores e não causar deterioração ou destruição das diferentes partes do sistema de abastecimento e acima de tudo garantir que nenhum consumidor tem implicações nefastas na sua saúde decorrentes do consumo de água".

Influência dos Vá‡rios Parâmetros ao  nível da Saœúde Púœblica

No Decreto-Lei nº 306/2007 de 28 de Agosto, os valores limites máximos admissíveis e valores máximos recomendados (VMA  e VMR), são definidos para um conjunto de parâmetros devidamente agrupados por tipo:  microbiológicos, físico-químicos, substâncias indesejáveis e tóxicas.


Em 1993 apenas cerca de 50% da água era controlada e revelava boa qualidade, em 2011 este indicador atingiu um valor de excelência de 98%, conforme conta no relatório anual sobre o " Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano", publicado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR). 

As melhorias observadas na qualidade da água são sustentadas por um exigente controlo acompanhado por um crescente rigor na aplicação da legislação e pelos diferentes responsáveis (ERSAR, entidades gestoras, autoridades de saúde e laboratórios).

Enquanto entidade gestora em baixa a EMAS, têm a obrigação de assegurar que a água para consumo humano colocada à disposição dos utilizadores satisfaça as exigências de qualidade constantes no Decreto de Lei nº 306/2007 de 28 Agosto, não podendo, em caso algum ou em qualquer ponto do sistema de abastecimento, apresentar sinais de deterioração da sua qualidade.

O controlo das concentrações dos vários parâmetros, assegurando o cumprimento das normas de qualidade, pretende atestar que a saúde dos consumidores não corre risco, que a água se apresente agradável e igualmente proteger os vários componente do sistema de abastecimento.


Parâmetros microbioló—gicos - são indicadores da presença de contaminação microbiológica. A presença destes indica que poderão estar presentes microorganismos causadores ou transmissores de doenças (patogénicos). São assim indicadores de eventuais perigos para a saúde pública e a sua presença pode ser muito variável ao longo do tempo, dependendo de uma desinfeção eficaz e controlada.

Parâmetros  fi’síco-químicos - ex o alumínio (por vezes adicionado no tratamento da água), inclue uma série de parâmetros indicativos da qualidade da água que refletem o bom funcionamento dos sistemas de tratamento utilizados. 
Em concentrações, dentro dos valores paramétricos estipulados no decreto lei, estes não apresentam risco para a saúde pública.

Substâncias  tó—xicas -  o cádmio ou o chumbo, entre outros, podem induzir doenças se houver uma ingestão continuada de água com excesso destas substâncias.


De maneira, a tornar possível o controlo do sistema de Abastecimento, a EMAS de Beja, E.E.M, possui um programa de controlo de qualidade da água, constituído por dois plano de controlo de qualidade: Plano de Controlo da Qualidade da Água (PCQA) e Plano de Controlo Operacional (PCO).

Plano de Controlo da Qualidade da Água (PCQA)

Este plano, tem como primordial objetivo incidir sobre o sistema de distribuição de água do concelho de Beja, com análises realizadas em torneiras normalmente utilizadas para consumo humano, de acordo com o Decreto de Lei nº  306/2007 de 27 de Agosto.

Ainda neste documento legal, o nº1 do artigo 14º pressupõe que este plano seja submetido à apreciação da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Residuos (ERSAR) que o aprova anualmente.

Os parâmetros a analisar em cada ponto de amostragem (torneira do consumidor) diferem em função do tipo de controlo a realizar, controlo de rotina 1, 2 ou controlo de inspecção.

É essencial, garantir aos consumidores uma água com qualidade, e só se pode aferir a qualidade da água, se os planos do  PCQA   e do PCO forem cumpridos, a EMAS, tem grande preocupação em cumprir estes planos e as recomendações da ERSAR, de forma a conseguir cumprir todos os diplomas legais no âmbito da distribuição de água para consumo e acima de tudo assegurar que a água que chega à casa de  cada um dos habitantes do concelho de Beja é isenta de perigo para a saúde dos mesmos, nesse sentido ainda nesta publicação, achei conveniente dar a conhecer dados da EMAS no que diz respeito às análises realizadas no âmbito do PCQA e PCO .


Curiosidade Sobre  EMAS 

Dados da EMAS, referente ao concelho de Beja

Programa de Controlo de Qualidade da Água (PCQA) (2012)

Pontos de Amostragem : 162
Determinações efetuadas : 1687
Incumprimento de valor paramétrico: 5
Cumprimentos dos valores paramétricos da qualidade da água: 99,6%

Comparativamente aos dois últimos anos verificou-se uma melhoria significativa na percentagem de cumprimento de valores paramétricos da qualidade da água. Estes dados podem ser comprovados no gráfico seguinte: 



Fonte: Relatório & Contas de 2012 da EMAS 


Plano de Controlo Operacional

O plano de controlo operacional permite prevenir situações de risco para a saúde dos consumidores, garantir a qualidade da água distribuída e reduzir a percentagem de incumprimentos dos valores paramétricos.

Por essa razão, a EMAS,  com base num conjunto de observações continuas de todo o sistema de abastecimento, de monitorização da qualidade da água e de monitorização operacional, segue a seguinte metodologia:
  • Acompanhar, a qualidade da água bruta (sem tratamento), da água tratada, da água do reservatório e água distribuída.
A monitorização operacional permite garantir a deteção e a correção, em tempo útil, as alterações que possam ocorrer na água durante a fase de tratamento. Para essa efeito são realizadas as seguintes operações:
  • Controlos dos produtos e materiais certificados que entram em contato com a água;
  • Limpeza anual do reservatório;
  • Definição e implementação dos perímetros de proteção das captações;
  • Verificações periódicas dos níveis de água nos reservatórios e captações;
  • Realização de análises microbiológicas e físico-químicas;
  • Aplicação de planos de manutenção preventiva e de calibração para os equipamentos de tratamento (doseadoras, etc) e medida.
No caso da EMAS, o controlo operacional é adaptado ao sistemas de abastecimento e ás características do ponto de controlo: 


Fonte: Relatório & Contas de 2012 da EMAS
Fonte: Relatório & Contas de 2012da EMAS


Número de determinações : 10994
Pontos de Amostragem: 87
% de cumprimentos dos valores paramétrica da qualidade da água: 99%


No âmbito deste estágio, foi-me possível ter contacto direto com a realidade que se vive no departamento de Qualidade da EMAS.
Tive a oportunidade de participar em algumas atividades respeitantes ao controlo operacional que é realizado pelos colaboradores da EMAS, nomeadamente:

  • medições do nível da água em poços e furos, com recurso a uma fita métrica, que assim que toca na água emite um sinal sonoro;
  • substituição de filtros; 
  • adição de hipoclorito de sódio;
  • medição de cloro livre com o auxilio do colorímetro;
Medição do nível da água no furo
 Vale de Russins
Substituição de Filtros
Vale de Russins












Fontes:
Decreto - Lei nº 306/ 2007 de 28 de Agosto," estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano."
Controlo da Qualidade da Água, Para Consumo Humano em 2000, Direção de Obras do Ambiente.
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos
Relatório de Contas, 2011, Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Beja.
Relatório& Contas 2012, Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Beja









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