terça-feira, 30 de abril de 2013

EMAS NA OVIBEJA DE 2013



A Ovibeja, começou por ser um certamente, essencialmente agro-pecuário, mas nos dias de hoje e ao fim de 30 anos é uma das maiores feiras do Sul do país. 

Com um forte enraizamento na cultura Alentejana, a Ovibeja acolhe todos os anos mais de um milhar de empresas, entidades e é visitada por mais de 200 mil pessoas.






De 24 a 28 de Abril, realizou-se a 30º Ovibeja. Este ano o tema central do certame foi a água e o uso eficiente da mesma, chamando à atenção para as Comemorações do Ano Internacional da Cooperação para a Água nesse sentido a EMAS, Empresa Municipal de Água e Saneamento não poderia deixar de marcar presença.


             "... onde quer que vá, a nossa água vai consigo..."


Dispensadores de Água
Para além dos temas centrais associados à atividade principal da Empresa, mostrou os grandes projetos em que está envolvida, participação do laboratório, foi ainda dado um destaque muito especial à iniciativa, Heróis da Água.

O projeto Heróis da Água é promovido pela EMAS e pela Câmara de Beja, este enquadra-se na área de sensibilização e  educação ambiental,  especialmente focada para a promoção do uso eficiente da água.



Para a 30º Feira da Ovibeja, a EMAS, proporcionou a todos os visitantes quatro polos de interesse para todos os visitantes.

Nomeadamente:

Stand Institucional
Stand Institucional- tendo sido considerado um sucesso, e que teve uma forte adesão por parte do público devido ao impacto visual do mesmo.





Stand dos Heróis da Água- uma das surpresas no nosso espaço dos Heróis da Água, na 30ª Ovibeja, foi um equipamento multimédia, lúdico-didático, desenvolvido pelos Estagiários da EMAS, do  Curso de Licenciatura em Educação e Comunicação Multimédia, da Escola Superior de Educação de Beja, Hugo Rosa dos Santos e João Serrano.

Esta ferramenta, permitiu aos visitantes  de uma forma bastante interativa, conhecer várias vertentes do projeto Heróis da Água.

Nesta ferramenta, foi possível aos visitantes  participarem em jogos interativos, assim como também registar a visita ao local através de uma fotografia com o nosso "Herói da Água".


Stand do Laboratório, onde foi disponibilizada informação útil aos visitantes, sobre o trabalho que o laboratório realiza.

E por último mas não menos importante, um autocarro, dedicado ás crianças.
O autocarro, foi todo ele caracterizado de acordo com o projeto Heróis da Água, conseguindo chamar a atenção de miúdos e graúdos. 

Neste autocarro foram várias as atividades realizadas pelas crianças que por ele passaram, em números redondos (+/- 1500 crianças).

As atividades.....

  • Atividades Livres (desenhos alusivos ao herói da água);

  • História do Herói- esta relata a história do Herói da Água e os seus amigos, a mesma tem como objetivo sensibilizar as crianças para o não consumo de água, cuja origem seja proveniente de fontes ou fontanários não ligados à rede pública, pois o consumo dessa água pode constituir um risco à saúde pública com todas as implicações que envolvem o consumo de água não tratada.

  • Jogo Pegada aquática- consta de um jogo, no qual são realizadas várias questões às crianças alusivas à utilização da água no seu dia-a-dia, no final obtêm-se uma pontuação. Com essa pontuação conclui-se se as crianças que participaram no jogo têm uma pegada pequena ou grande, sendo que aquilo que se pretende é uma pegada aquática pequena, pois significa que a água é utilizada de forma eficiente pelas crianças no seu dia-a-dia.

  • Disponibilização de vários brindes (lápis, balões, desenhos e jogo do quantos queres com frases alusivas ao uso eficiente da água);

Em todas as atividades, realizadas, o objetivo central, passou pela sensibilização para o uso eficiente da água, alertando para a Comemoração do ano Internacional da cooperação para a água assim como o não consumo de água proveniente de fontes.

No nosso autocarro, contámos ainda com a presença, do repórter Helder Reis, e respetivos operadores de câmara  que estavam em direto para a RTP1.

Aqui ficam algumas fotos:

Ferramenta Touchscreen, desenvolvida
pelos Estagiários de Multimédia
Visita do Repórter, Hélder Reis para o direto da RTP1



O nosso Heróis, com o Presidente da Câmara,
Jorge Pulido Valente




Primeira Pegada Aquática 

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Qualidade da Água VI - Síntese


Nas publicações anteriores, no âmbito da Qualidade, foram abordados diversos temas, nomeadamente, captação, tratamento, armazenamento e distribuição de água.

Como síntese deste capítulo, Qualidade, aqui ficam alguns dados de interesse, sobre a distribuição da água , disponíveis no Relatório& Contas de 2012, da EMAS (Empresa Municipal de Água e Saneamento).

No total do concelho de Beja, em 2012 foram distribuídos 3.362.129 m3 de água, dos quais 3.358.169 m3, adquiridos à entidade gestora em alta (Águas Públicas do Alentejo , S.A).

O restante volume, 3,959 m3, que corresponde a 0,1%  do volume distribuído foi captado nos sistemas de abastecimento de Vale de Russins e Bairro das Flores, sob gestão integral  das EMAS.

No total, e comparativamente a 2011, verificou-se uma diminuição de 10, 3% de água distribuída  correspondente a 384, 299 m3.


Fonte: Relatório% Contas 2012, EMAS

Qualidade da Água V - Controlo dos Sistemas de Abastecimento de Água para Consumo Humano


O controlo da qualidade da água para consumo humano pode definir-se como o conjunto sistemático de acções de avaliação da qualidade da água realizadas com carácter regular pela entidade gestora do sistema de abastecimento, com vista à manutenção permanente da sua qualidade em conformidade com a norma ou padrão estabelecido legalmente (Decreto de Lei nº306/2007 de 28 de Agosto).

A norma ou padrão de qualidade da água corresponde aos valores de parâmetros físicos, químicos e microbiológicos que definem uma qualidade da água aceite como adequada para o consumo humano. 

Segundo o Decreto de Lei nº 306/2007 de 28 de Agosto  "água para consumo humano de boa qualidade caracteriza-se por não pôr em risco a saúde, ser agradável ao paladar e à vista dos consumidores e não causar deterioração ou destruição das diferentes partes do sistema de abastecimento e acima de tudo garantir que nenhum consumidor tem implicações nefastas na sua saúde decorrentes do consumo de água".

Influência dos Vá‡rios Parâmetros ao  nível da Saœúde Púœblica

No Decreto-Lei nº 306/2007 de 28 de Agosto, os valores limites máximos admissíveis e valores máximos recomendados (VMA  e VMR), são definidos para um conjunto de parâmetros devidamente agrupados por tipo:  microbiológicos, físico-químicos, substâncias indesejáveis e tóxicas.


Em 1993 apenas cerca de 50% da água era controlada e revelava boa qualidade, em 2011 este indicador atingiu um valor de excelência de 98%, conforme conta no relatório anual sobre o " Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano", publicado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR). 

As melhorias observadas na qualidade da água são sustentadas por um exigente controlo acompanhado por um crescente rigor na aplicação da legislação e pelos diferentes responsáveis (ERSAR, entidades gestoras, autoridades de saúde e laboratórios).

Enquanto entidade gestora em baixa a EMAS, têm a obrigação de assegurar que a água para consumo humano colocada à disposição dos utilizadores satisfaça as exigências de qualidade constantes no Decreto de Lei nº 306/2007 de 28 Agosto, não podendo, em caso algum ou em qualquer ponto do sistema de abastecimento, apresentar sinais de deterioração da sua qualidade.

O controlo das concentrações dos vários parâmetros, assegurando o cumprimento das normas de qualidade, pretende atestar que a saúde dos consumidores não corre risco, que a água se apresente agradável e igualmente proteger os vários componente do sistema de abastecimento.


Parâmetros microbioló—gicos - são indicadores da presença de contaminação microbiológica. A presença destes indica que poderão estar presentes microorganismos causadores ou transmissores de doenças (patogénicos). São assim indicadores de eventuais perigos para a saúde pública e a sua presença pode ser muito variável ao longo do tempo, dependendo de uma desinfeção eficaz e controlada.

Parâmetros  fi’síco-químicos - ex o alumínio (por vezes adicionado no tratamento da água), inclue uma série de parâmetros indicativos da qualidade da água que refletem o bom funcionamento dos sistemas de tratamento utilizados. 
Em concentrações, dentro dos valores paramétricos estipulados no decreto lei, estes não apresentam risco para a saúde pública.

Substâncias  tó—xicas -  o cádmio ou o chumbo, entre outros, podem induzir doenças se houver uma ingestão continuada de água com excesso destas substâncias.


De maneira, a tornar possível o controlo do sistema de Abastecimento, a EMAS de Beja, E.E.M, possui um programa de controlo de qualidade da água, constituído por dois plano de controlo de qualidade: Plano de Controlo da Qualidade da Água (PCQA) e Plano de Controlo Operacional (PCO).

Plano de Controlo da Qualidade da Água (PCQA)

Este plano, tem como primordial objetivo incidir sobre o sistema de distribuição de água do concelho de Beja, com análises realizadas em torneiras normalmente utilizadas para consumo humano, de acordo com o Decreto de Lei nº  306/2007 de 27 de Agosto.

Ainda neste documento legal, o nº1 do artigo 14º pressupõe que este plano seja submetido à apreciação da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Residuos (ERSAR) que o aprova anualmente.

Os parâmetros a analisar em cada ponto de amostragem (torneira do consumidor) diferem em função do tipo de controlo a realizar, controlo de rotina 1, 2 ou controlo de inspecção.

É essencial, garantir aos consumidores uma água com qualidade, e só se pode aferir a qualidade da água, se os planos do  PCQA   e do PCO forem cumpridos, a EMAS, tem grande preocupação em cumprir estes planos e as recomendações da ERSAR, de forma a conseguir cumprir todos os diplomas legais no âmbito da distribuição de água para consumo e acima de tudo assegurar que a água que chega à casa de  cada um dos habitantes do concelho de Beja é isenta de perigo para a saúde dos mesmos, nesse sentido ainda nesta publicação, achei conveniente dar a conhecer dados da EMAS no que diz respeito às análises realizadas no âmbito do PCQA e PCO .


Curiosidade Sobre  EMAS 

Dados da EMAS, referente ao concelho de Beja

Programa de Controlo de Qualidade da Água (PCQA) (2012)

Pontos de Amostragem : 162
Determinações efetuadas : 1687
Incumprimento de valor paramétrico: 5
Cumprimentos dos valores paramétricos da qualidade da água: 99,6%

Comparativamente aos dois últimos anos verificou-se uma melhoria significativa na percentagem de cumprimento de valores paramétricos da qualidade da água. Estes dados podem ser comprovados no gráfico seguinte: 



Fonte: Relatório & Contas de 2012 da EMAS 


Plano de Controlo Operacional

O plano de controlo operacional permite prevenir situações de risco para a saúde dos consumidores, garantir a qualidade da água distribuída e reduzir a percentagem de incumprimentos dos valores paramétricos.

Por essa razão, a EMAS,  com base num conjunto de observações continuas de todo o sistema de abastecimento, de monitorização da qualidade da água e de monitorização operacional, segue a seguinte metodologia:
  • Acompanhar, a qualidade da água bruta (sem tratamento), da água tratada, da água do reservatório e água distribuída.
A monitorização operacional permite garantir a deteção e a correção, em tempo útil, as alterações que possam ocorrer na água durante a fase de tratamento. Para essa efeito são realizadas as seguintes operações:
  • Controlos dos produtos e materiais certificados que entram em contato com a água;
  • Limpeza anual do reservatório;
  • Definição e implementação dos perímetros de proteção das captações;
  • Verificações periódicas dos níveis de água nos reservatórios e captações;
  • Realização de análises microbiológicas e físico-químicas;
  • Aplicação de planos de manutenção preventiva e de calibração para os equipamentos de tratamento (doseadoras, etc) e medida.
No caso da EMAS, o controlo operacional é adaptado ao sistemas de abastecimento e ás características do ponto de controlo: 


Fonte: Relatório & Contas de 2012 da EMAS
Fonte: Relatório & Contas de 2012da EMAS


Número de determinações : 10994
Pontos de Amostragem: 87
% de cumprimentos dos valores paramétrica da qualidade da água: 99%


No âmbito deste estágio, foi-me possível ter contacto direto com a realidade que se vive no departamento de Qualidade da EMAS.
Tive a oportunidade de participar em algumas atividades respeitantes ao controlo operacional que é realizado pelos colaboradores da EMAS, nomeadamente:

  • medições do nível da água em poços e furos, com recurso a uma fita métrica, que assim que toca na água emite um sinal sonoro;
  • substituição de filtros; 
  • adição de hipoclorito de sódio;
  • medição de cloro livre com o auxilio do colorímetro;
Medição do nível da água no furo
 Vale de Russins
Substituição de Filtros
Vale de Russins












Fontes:
Decreto - Lei nº 306/ 2007 de 28 de Agosto," estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano."
Controlo da Qualidade da Água, Para Consumo Humano em 2000, Direção de Obras do Ambiente.
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos
Relatório de Contas, 2011, Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Beja.
Relatório& Contas 2012, Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Beja









domingo, 28 de abril de 2013

Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho


Assinala-se hoje, 28 de Abril o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho, pretende-se com esta comemoração envolver e chamar a atenção dos empregadores e dos empregados para a prevenção de acidentes de trabalho e das doenças profissionais.

Desde o ano de 1996 que é comemorado em todo o mundo o dia 28 de Abril, como forma de homenagear as vítimas de acidentes de trabalho e doenças prossionais e ao mesmo tempo sensibilizar empregados e empregadores para a problemática.

Em 2001, esta comemoração foi reconhecida pela Organização Internacional do Trabalho e, atualmente, é celebrada oficialmente em inúmeros países.

Em Portugal, o dia 28 de Abril, foi instituído como o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho, por Resolução de Assembleia da República nº 44/2001.


Estima-se que aproximadamente 2.34 milhões morrem, por ano, vítimas de acidentes de trabalho e doenças relacionadas com o trabalho.

Destas, a maioria, cerca de 2.02 milhões morrem de um vasto conjunto de doenças profissionais. Das quais cerca de  6300 mortes relacionadas com o trabalho que ocorrem todos os dias, 5.500 são cuasadas por vários tipos de doenças profissionais. A OIT estima igualmente a ocorrência anual de 160 milhões de casos de doenças não fatais relacionados com o trabalho.

As doenças profissionais causam no mundo do trabalho enorme sofrimento e perdas. 
No entanto, as doenças profissionais permanecem em grande parte invisíveis, em comparação com os acidentes de trabalho, mesmo matando seis vezes mais pessoas por ano. Para além disso, a natureza das doenças profissionais permanecem em grande parte invisíveis, em comparação com os acidentes de trabalho, mesmo matando seis vezes mais pessoas por ano. 

Para além disso, a natureza das doenças profissionais está em constante mudança devido às alterações tecnológicas e sociais, a par das condições económicas globais que agravam os riscos de saúde existente e criam novos riscos.

Embora muito progresso tenha sido feito para enfrentar os desafios das doenças profissionais, há uma necessidade urgente de reforçar a sua prevenção no âmbito dos sistemas nacionais de segurança e saúde no trabalho.

O relatório da OIT preparado para o Dia Mundial da Segurança no Trabalho de 2013 descreve a situação atual em matérias de doenças profissionais e apresenta propostas para enfrentar esta grave situação.






Em Portugal ....


A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), avançou esta segunda feira que, em Portugal, se estima que morre diariamente uma pessoa devido a acidente de trabalho ou doença profissional.

De acordo, com o relatório anual de atividades, o setor, da construção civil continua a ser o setor com um maior número de acidentes registados, contabilizando um total de 42 vítimas motais 2012, embora, os mesmos apresentem um número inferior de ocorrências face ao ano anterior, esta situação pode estar relacionada com a estagnação do setor devido as condições socioeconómicas do país, segue-se o setor da industria transformadora com um total de 34 vítimas mortais.
É certo, que o número de acidentes de trabalho com vítimas mortais, foi inferior a 2011, mas essa situação, preve-se que esteja relacionada com a estagnação da economia vivida no nosso país, no entanto a situação continua a ser preocupante, e alvo de intervenção.

De acordo com a ACT, há a registar igualmente a ocorrência de "incapacidade temporárias ou permanentes, com pesados custos económicos e sociais para as pessoas e a sociedade em geral".

Em suma, a prevenção, tema central da OIT, para este ano, é o melhor processo para reduzir e/ou eliminar as possibilidades de ocorrerem problemas de segurança com o trabalhador.
De uma forma geral, a prevenção consiste na adopção de um conjunto de medidas de proteção, na previsão de que a segurança física do operador possa ser colocada em risco durante a realização das suas tarefas.







Fontes:

Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho
Jornal o Público, disponível online
Autoridade para as Condições no Trablho
Organização Internacional do Trabalho
Manual de Formação, Higiene e Segurança no Trabalho, Associação Empresarial de Portugal
Formação e Higiene e Segurança no Trabalho, Centro de Formação da Administração Pública dos Açores





 



sexta-feira, 26 de abril de 2013


Conferência " Gestão da Água em Meio Urbano no Quadro Regional, caminhos para o futuro?

Cartaz Conferência Gestão da ÁguaA Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja (EMAS), EEM,  e a Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA), promoveram uma conferência subordinada ao tema "Gestão da Água em Meio Urbano no Quadro Regional, Caminhos para o Futuro?".

A conferência realizou-se hoje (26 de Abril de 2013), no auditório da ExpoBeja.

Esta Conferência integrada no certame da 30ª Ovibeja, contou com a participação de destacados dirigentes da ERSAR, de entidades gestoras (empresas municipais, municípios, serviços municipalizados e intermunicipais), de empresas do grupo Águas de Portugal, e associações representativas do setor que discutiram o processo de reestruturação  do setor de água em Portugal presentemente em curso e sua focalização a nível regional, procurando traçar caminhos para o futuro.

Informação Disponivel em : www.emas.pt


domingo, 21 de abril de 2013


Qualidade da Água IV- Plano de Segurança da Água




O plano de Segurança da Água (PSA), segundo as Guideline for Drinking Water Quality (GDWQ) da Organização Mundial de Saúde, pode definir-se como sendo um documento que:

  • Identifica os riscos plausíveis que se podem verificar num sistema de abastecimento, desde a origem da água bruta até à torneira do consumidor;
  • Estabelece medidas de controlo para reduzir ou eliminar os riscos identificados;
  • Estabelece processos de verificação da eficiência da gestão dos sistemas de controlo e a qualidade da água produzida.
O principal ímpeto do PSA é assegurar a qualidade da água para consumo humano através da utilização de boas práticas no sistema de abastecimento de água, tais como:
  • Minimização da contaminação nas origens de água;
  • Redução ou remoção da contaminação durante o processo de tratamento;
  • Prevenção de pós contaminação durante o armazenamento, a distribuição e o manuseamento da água na distribuição.
Os principios e métodos utilizados na elaboração do PSA, baseiam-se em procedimentos aplicados na identificação e avaliação de riscos, como é o caso do Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP).

Na produção de água potável o objetivo da metodologia do sistema HACCP é a garantia da segurança e da qualidade da água produzida e distribuída aos consumidores, através de um plano (PSA) que permita controlar todas as etapas do produto em que há perigos de contaminação, desde a captação ate ao consumidor final, prevenindo problemas e elevando a segurança do produto final com uma relação eficiência custo muito favorável.

Para a implementação do PSA devem ser descritos todos os produtos e matérias-primas, todos os processos envolvidos, as condições de distribuição e de aprovisionamento e as características do produto final pretendido, assim como a identificação da sua aplicação e dos consumidores tipo, procurar saber e identificar a existência de um grupo populacional especifico para os quais o produto final apresente um risco acrescido, definir e verificar o diagrama de fluxo, descrever detalhadamente todas as etapas envolvidas no ciclo de produção e efectuar um análise dos possíveis perigos para a saúde pública. (Vieira, et al, 2005).

Em termos legislativos, ainda não existe nenhum tipo de obrigatoriedade por parte das entidades gestoras em desenvolverem planos de segurança da água nos seus sistemas de abastecimento, no entanto a sua existência considera-se ser uma mais valia no que diz respeito à qualidade e segurança a transmitir aos consumidores.

A EMAS, em colaboração com a ERSAR, elaborou o plano de segurança da água para a Localidade de Vale de Rossins, distrito de Beja, estando neste momento em fase de desenvolvimento o plano de Segurança da Água da referida cidade.


Fontes:

Guidelines for Drinking-water Quality, Organização Mundial de Saúde

ERSAR, Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos
EMAS, EEM, Empresa Muncipal de Água e Saneamento de Beja

domingo, 14 de abril de 2013

Qualidade da Água III- Emergência em Saúde Ambiental

Enquadramento 


Sismo de 1755, Lisboa
O ser humano sempre teve de lidar com catástrofes naturais "imprevisíveis", algumas das quais têm uma componente antropogénica (consequência da actividades humanas).

Situação de Desastre, considera-se como sendo decorrente da qualificação e quantificação dos danos humanos e materiais após a ocorrência de um fenómeno natural (chuvas intensas, deslizamentos, sismos etc). 

Tsunami, 2004
Na perspetiva da Saúde Pública, os desastres definem-se como sendo os efeitos que a ocorrência de um determinado acontecimento tem sobre as pessoas, sobre infraestruturas e serviços. 

Os principais efeitos em situação de desastre sobre a saúde das populações são os ferimentos, óbitos, traumatismos e epidemias, no entanto os efeitos na saúde das populações expostas a situações de emergência não são apenas físicos, podendo ser também de origem psicossocial.

A gestão da Emergência 

A segurança humana só está garantida quando existem meios de defesa contra situações imprevisíveis que podem originar perturbações na vida e na subsistência de povos. 

Poucos recursos têm uma influência tão decisiva na segurança humana como a água. 

Em situação de emergência, é imprescindível assegurar ás populações afetadas não apenas água tratada para consumo como também, alimentação, cuidados de saúde, e um bom sistema de saneamento.


Uma vez que me encontro a estagiar na EMAS, Empresa Municipal de Água e Saneamento, de Beja, o tema que vou abordar em concreto, inserido no contexto "Emergência em Saúde Ambiental", é o fornecimento de água tratada ás populações. 

Em caso de emergência, (catástrofes ou qualquer falha no sistema de distribuição )e cuja rede de distribuição de água tenha sido afectada, e que  por essa razão o abastecimento de água não possa ser realizado da forma normal, a EMAS tem ao seu dispor camiões cisterna, que permitem assegurar à população a distribuição de água tratada. 

Para que tal seja possível de realizar, não basta encher o camião- cisterna com água e distribui-la, pois é certo que a simplificação do processo de distribuição de água através camiões-cisterna, pode implicar consequências negativas na saúde pública dos consumidores desta água, como por exemplo através da  transmissão de doenças de origem hídrica.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% das diarreias agudas registas no mundo estão relacionadas com consumo de água imprópria para consumo e não tratada. Estes casos resultam em 1,5 milhões de mortes a cada ano, afetanto principalmente crianças e idosos, devido à desidratação, no entanto em caso de emergência, os grupos de risco podem ser alterados abrangendo um maior número de pessoas  que por suas vez correm sérios risco de contrair doenças de origem hídrica.

As principais doenças relacionadas com a ingestão de água contaminada são: cólera, febre tifóide  hepatite A e doenças diarréicas agudas (Ameba, Giárdia, Cryptosporidium, Cyclospora.).
Algumas destas doenças possuem um elevado potencial de disseminação, transmitindo-se de pessoa para pessoa (via fecal-oral), aumentando assim a sua propagação na comunidade.

Por tudo isto é necessário assegurar, que a água fornecida por meio de camiões-cisterna,  possa ser uma água tratada e que não implique quaisquer tipos de riscos para aqueles que dela dependem, por essa razão, e face a tudo aquilo que já referenciei nesta publicação, vejo que a EMAS, premeia, acima de tudo a saúde dos seus consumidores, seja através do fornecimento de água pelo sistema normal de abastecimento ou através da utilização de camiões-cisterna. 

Pois, no âmbito da Qualidade, tive a possibilidade de aferir que existe um plano de controlo de qualidade no que diz respeito ao abastecimento de água com recurso a camiões-cisterna.

O plano de controlo de qualidade tem como objectivo estabelecer os procedimentos e as metodologias utilizadas nas  operações  de higienizarão de camiões-cisterna utilizados na distribuição de água para consumo humano, bem como os testes de controlo da eficácia desta operação, pois não importa apenas que a água esteja tratada e que possa ser consumida, se não existir uma boa higienização dos sistemas de abastecimento a mesma ficará conspurcada e imprópria decorrendo assim implicações na saúde dos consumidores.

Generalidades

Antes da sua utilização (camiões-cisterna) deverão ser sujeitos a uma higienização eficaz e que permita garantir a qualidade microbiológica e físico-química da água distribuída aos consumidores.

Nota: Quando é necessário que o fornecimento de água destinada ao consumo humano seja através de camiões-cisterna, deve-se informar os consumidores para a preocupação de ferver a água antes da sua utilização para beber ou preparar alimentos.

Origem da água a utilizar na Distribuição de água em Camioes cisterna:

A origem da água a utilizar para distribuição  de água para consumo humano devem satisfazer os requisitos impostos pela legislação vigente (Decreto-Lei 306/2007 de 27 de Agosto). 

Por isso, utilizam-se as bocas-de-incêndio da rede de distribuição, no entanto em caso de emergência muito possivelmente não podaremos recorrer a estes meios para encher o camião-cisterna, nestes casos podemos recorrer ás captações subterrâneas,  caso se consiga assegurar que os parâmetros de qualidade cumpram os valores paramétricos exigidos nos diplomas legais para o efeito.

Higienização de Camiões-Cisterna utilizados na Distribuição de água para consumo humano:

Metodologia:
  • Todas as superfícies internas da cisterna deverão ser lavadas com um jacto de água clorada, à pressão de aproximadamente 5bar.
  • Procede-se ao enchimento da cisterna até ao valor de segurança para o seu transporte.
Controlo da Qualidade da Água

De maneira a que seja possível atestar a qualidade da água para consumo humano quando esta é distribuída por camião-cisterna, realiza-se um controlo da qualidade da água de acordo com:
  • Caso o camião-cisterna seja esvaziado e novamente cheio com água da rede de distribuição (bocas de incêndio ou captações subterrâneas , e de acordo com os valores paramétricos legais, não se torna necessário a sua monitorização nas 48h seguintes;
  • Se não for realizado o seu esvaziamento durante esse período  torna-se necessário proceder à análise da água segundo os seguintes parâmetros: E.colli, pH, condutividade e desinfetante residual;
  • Para períodos de armazenamento superiores a 96h sem renovação, e apesar de não se considerar uma boa prática, é necessário proceder à análise da água segundo os seguintes parâmetros  bactérias coliformes, E.colii, Enterococos, Número de Colónias a 22cº e 37º c  e clostridium perfringens; pH, condutividade, cor, turvação, cheiro, sabor, ferro, manganês, desinfectante residual, amónio e alumínio;
  • Se os camiões-cisterna forem utilizados por um período de tempo alargado, deve-se ter em consideração a informação contida nos pontos anteriores;

Higienização de Camiões-Cisterna Utilizados na Distribuição da Água para Consumo Humano. Serviço de EStudos, Controle e Qualidade, Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja, E.EM. Novembro 2009.






Fontes:

António Matos ‐Departamento de Saúde Pública da ARSLVT, IP, Aimportância da vigilância sanitária e da avaliação dosriscos para a saúde pública no âmbito da água para consumo humano na Região de Lisboa e Vale do Tejo
Departamento de Saúde Pública, Grupo Técnico de Proteção Civil,Proteção Civil e Autoridade de Saúde
estrutura, articulação e atribuições.
Relatório de Desenvolvimento Humano, 2006

DOENÇAS RELACIONADAS À ÁGUA OU DE TRANSMISSÃO HÍDRICA ‐ Perguntas e Respostas e Dados Estatísticos –Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo – SES/SP Coordenadoria de Controle de Doenças ‐ CCD Centro de Vigilância E pidemiológica – CVE/CCD Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar –DDTHA/CVE.
Higienização de Camiões-Cisterna Utilizados na Distribuição da Água para Consumo Humano. Serviço de EStudos, Controle e Qualidade, Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja, E.EM. Novembro 2009 (não disponível em formato digital).
Decreto de Lei nº 306/2007 de 27 de AgostoO presente decreto -lei estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano









segunda-feira, 8 de abril de 2013


 Dia Mundial da Saúde 2013


Todos os anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aproveita a data comemorativa para fomentar a consciência sobre alguns temas chave relacionados com a saúde pública a nível mundial. Neste sentido, organiza eventos a nível internacional, regional e local para promover o tema escolhido.

Este ano, o tema é a sensibilização para as causas e consequências da hipertensão arterial.
Hipertensão Arterial (High Blood Pressure) é o tema escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para celebrar o Dia Mundial da Saúde 2013, comemorando anualmente o dia 7 de Abril. Esta data é celebrada desde 1950 e coincide com o aniversário da fundação da OMS,  em 1948.
A hipertensão arterial potencia o risco de ataques cardíacos, derrames cardiovasculares e insuficiência renal. Pode ainda causar cegueira, irregularidades do ritmo cardíaco e insuficiência cardíaca. O risco de desenvolver estas complicações é maior na presença de outros fatores de risco cardiovasculares, tais como a diabete. No mundo, um em cada três adultos tem hipertensão arterial.

No entanto, a pressão arterial elevada pode ser prevenida e tratada. O risco de desenvolvimento de hipertensão arterial pode ser reduzido de várias formas:

  • Reduzir a ingestão de sal;
  • Optar por uma dieta equilibrada;
  • Evitar o uso nocivo de álcool;
  • Praticar atividade física de forma regular;
  • Manter um peso corporal saudável;
  • Evitar o uso de tabaco.

O objetivo final do Dia Mundial da Saúde 2013 é reduzir os ataques cardíacos e derrames cardiovasculares. Os objectivos específicos da campanha são:

  • Sensibilização para as causas e consequências da hipertensão arterial;
  • Fornecer informações sobre como prevenir a pressão alta e complicações relacionadas;
  • Encorajar o autocuidado para prevenir a hipertensão arterial;
  • Tornar a medicação da pressão sanguínea acessível a todos;
  • Incitar as autoridades nacionais e locais a criar ambientes propícios a comportamentos saudáveis.

Caros leitores é possível ter acesso ao texto integral em : Dia Mundial da Saúde 2013, Portal de Saúde Pública.


Como é evidente, as comemorações internacionais do Dia Mundial da Saúde, não estão inseridas no âmbito do estágio Curricular IV, na EMAS,  no entanto como futura Licenciada em Saúde Ambiental, achei importante dar algum relevo, à data 7 de Abril de 2013, Dia Mundial da Saúde.





domingo, 7 de abril de 2013

Qualidade da Água II

Na publicação anterior, o tema abordado foi a captação e distribuição da água que abastece a cidade de Beja, de uma forma muito sucinta a água  que abastece a cidade de Beja, é maioritariamente de  origem superficial mais precisamente da barragem do Roxo, no entanto a água que tem como função satisfazer as nossas mais variadas necessidades não tem toda a mesma origem.

Existem aldeias e vilas, ao redor da cidade de Beja que não são abastecidas pelo Roxo, mas sim através de outro tipo de captações. 

Por exemplo na aldeia de Vale dos Rossins, a água que chega ás torneiras dos seus habitantes é proveniente de três captações com características diferentes, nomeadamente um poço e dois furos.


Poço de Vale de Russins
Poço - abertura profunda cavada no solo, geralmente com parede de alvenaria, de que se tira água para uso caseiro ou industrial.




Perfil de um Furo
Furo-  perfuração no solo, que atravessa aquíferos e de onde pode ser extraída água para consumo.

Em Vale de Russins a água é de origem subterrânea,  mais precisamente de um poço e dois furos.

Medição do Nível da Água no Furo em Vale de Russins
Junto das captações, encontramos uma pequena casa, denominada de "caseta", é aqui que se processa o tratamento da água preveniente das referidas captações. É  importante salientar que o tratamento a utilizar depende das características originais da água captada, no caso em particular de Vale de Russins para tratar a água é utilizado o processo de microfiltração, desinfecção e por vezes dependo dos resultados analíticos da água, se esta tiver concentrações elevadas de ferro e manganês recorremos ao desferrizador (permite retirar ferro da água) para assim  ser possível cumprir os valores paramétricos, afixados na legislação em vigor (Dec-lei nº 306/2007 de 27 de Agosto).

Microfiltração
Microfiltração - é um processo de separação de membranas em que a força directriz é a diferença de pressão através da membrana e os poros da membrana.  No caso da aldeia de Vale de Russins as membranas por norma utilizadas possuem  poros de dimensão de 50 e 75 micro.






Desferrizador- são filtros automáticos concebidos para remover o ferro e o manganês da água.


Hidropressor de Vale de Russins
O último passo, para que a água possa ser chegar a cada uma das habitações de Vale de Russins, é necessário introduzir pressão na água, com recurso à utilização de um hidropressor, por fim a água já tratada é armazenada, e disponível para que cada habitante a possa utilizar.